O jornal britânico The Guardian publica, esta terça-feira, uma extensa entrevista com Alex Ferguson, na qual o histórico treinador do Manchester United aborda diversos temas, entre eles, claro está, o período durante o qual trabalhou com Cristiano Ronaldo.
O internacional português chegou a Old Trafford no verão de 2003, proveniente do Sporting, por cerca de 15 milhões de euros, e por lá se manteve durante seis anos, antes de partir para o Real Madrid, por perto de 100 milhões de euros.
O ex-técnico escocês, agora com 79 anos, garante que não ficou surpreendido com a evolução 'estratosférica' do agora avançado da Juventus, e revelou, inclusive, aquele que considera ser o segredo daquele que é tido por muitos como um dos melhores jogadores da história do futebol mundial.
"Lembro-me do meu primeiro jogo como treinador, em 1974 [pelo St. Mirren]. Perdemos com o Albion Rovers, por 2-5. Fui para casa naquele noite e disse a mim mesmo 'Se não incutir dureza mental nos meus jogadores, nunca terei sucesso como treinador'. Essa foi a linha da frente dos meus métodos de gestão", começou por dizer.
"Certifiquei-me de que os jogadores conseguiam lidar com as pressões e desafios de serem futebolistas de topo. Tentei sempre que tivessem aquele talento de serem mentalmente duros. Tive muita sorte. O Aberdeen tinha alguns jogadores mentalmente duros. No United, todos os jogadores eram mentalmente duros", prosseguiu.
"Ronaldo é duro, sinceramente, como botas velhas. Ele seria sempre um grande jogador porque tinha tudo lá em cima. Desempenhámos um papel nisso, porque Eric Harrison, o treinador de juniores, tornou tudo mais duro para os jovens. Ele dizia 'Se não tens dureza mental, nunca chegarás à equipa principal do United'", completou.
No entanto, Alex Ferguson defendeu que a base da equipa não passava pelo português: "As pessoas têm uma opinião do Manchester United em termos de grandes jogadores como Ronaldo e Keane. Mas o espírito daquele clube, na minha altura, passava pelos jovens, como Beckham, Giggs, Scholes e os Nevilles".
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