Gary Neville, 'lenda viva' do Manchester United, concedeu uma extensa entrevista à edição desta sexta-feira do jornal britânico The Times, na qual abordou diversos temas extra-futebol, entre eles o Brexit, do qual diz ser frontalmente contra.
O antigo capitão dos red devils teceu duras críticas contra o primeiro do Reino Unido, Boris Johnson, que, acredita, só conseguiu conquistar o voto "da classe trabalhadora" por ter inflamado assuntos como a "imigração".
"Não gosto daquilo que o Brexit fez no que diz respeito à divisão que criou. Promove uma falta de tolerância contra as pessoas que não vêm deste país. Depois, o Cristiano [Ronaldo] chega e estamos todos aos saltos porque o queremos cá, mas aquele tipo que caiu de um bote, que luta como o diabo para tentar entrar neste país... Vamos esquecê-lo?", questionou.
"Não posso aceitar isso. Pensem no quão desesperada uma pessoa tem de estar para arriscar a própria vida para ir para um país trabalhar. Temos de demonstrar empatia. As minhas políticas são guiadas por aquilo que vi no balneário, a tolerar pessoas diferentes", acrescentou.
Gary Neville fez, ainda, uso de um outro nome português para ilustrar a sua opinião: "Temos uma grande Premier League graças a Ronaldo, Arsène Wenger, José Mourinho, Jurgen Klopp, Pep Guardiola e, obviamente, jogadores ingleses, como David Beckham ou Harry Kane".
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