"O Qatar tem sido tratado de forma injusta, escrutinado por anos", disse hoje Nasser Al-Khater, um lamento que se segue a críticas de todos os quadrantes.
Na sexta-feira, a Organização Mundial do Trabalho revelou que 50 trabalhadores migrantes morreram naquele país em 2020, a trabalhar em infraestruturas relativas ao evento, e mais de 500 sofreram ferimentos.
As organizações não governamentais têm alertado para o problema desde há anos, e a seleção dinamarquesa, já apurada para o torneio, anunciou uma espécie de 'boicote' comercial ao evento, no qual estará para uma participação "puramente desportiva", com mensagens pelos direitos humanos nos equipamentos de treino, no lugar habitual dos patrocinadores.
"Há críticas, sim, mas o trabalho tem de ser feito. Ainda há muito a fazer. [...] O número de avanços [em matéria de direitos laborais] nos últimos sete, oito, nove anos é realmente extraordinário. Mas as pessoas disso não querem falar", continuou o líder qatari.
O jornal britânico The Guardian denunciou, em fevereiro, a morte de mais de 6.500 trabalhadores migrantes naquele país desde 2010, números que Doha rejeita.
O tema dos direitos humanos naquele país asiático tem estado também em foco dada a sua estreia no calendário da Fórmula 1, com o campeão do mundo Lewis Hamilton a falar sobre o assunto e defender a necessidade de melhorias.
O país alberga mais de dois milhões de trabalhadores migrantes, a maior parte a trabalhar para o Mundial2022, que Nasser Al-Khater frisou será um evento aberto, também, a membros da comunidade LGBTQ+, num país onde a homossexualidade é ilegal.
"Não há mesmo razão nenhuma para se preocuparem com perseguição", declarou.