O Sporting eliminou o Manchester City na Liga Europa de futebol de 2011/12 - época do histórico terceiro título inglês dos 'citizens', 44 anos depois -, graças aos golos fora, que já não são fator de desempate.
A formação 'leonina', comandada por Ricardo Sá Pinto, venceu em casa por 1-0 e, na segunda mão, em Inglaterra, perdeu por 3-2, face ao 'onze' liderado pelo italiano Roberto Mancini, depois de ter tido dois golos de vantagem.
Em vésperas da reedição desse confronto, agora nos oitavos de final da Liga dos Campeões, os 'leões' chegam, assim, por cima no histórico, sendo que então, como agora, não se apresentaram com grandes hipóteses de seguir em frente.
O confronto de há uma década aconteceu nos oitavos de final da Liga Europa, fase à qual o City chegou depois de 'cair' da Liga dos Campeões, na qual foi terceiro do Grupo A, com 10 pontos, atrás do Bayern Munique, com 13, e do Nápoles, com 11.
Depois, já na segunda competição da UEFA, os ingleses não deram hipóteses ao FC Porto nos 16 avos de final, vencendo por um total de 6-1, com uma vitória por 2-1 no Dragão, com reviravolta, e uma goleada por 4-0 no Etihad.
Perante um Sporting que chegou aos 'oitavos' após superar o Nordsjaelland no 'play-off', vencer o Grupo A (com Lazio, Vaslui e Zurique) e eliminar o Legia Varsóvia, nos 16 avos de final, o City era claramente favorito a seguir em frente.
Em 08 de março de 2012, em Alvalade, na primeira mão dos oitavos de final, os 'verde e brancos' ganharam graças a um golo de calcanhar do central brasileiro Xandão, aos 51 minutos, na recarga a um livre do chileno Matías Fernández.
Os ingleses criaram, depois, várias oportunidades para chegar à igualdade, mas Sergio 'Kun' Agüero, David Silva e Mario Balotelli não foram eficazes.
"Esta é uma vitória da humildade, da qualidade, do rigor tático e da inteligência. E do grande espírito de equipa. É um feito, foi um grande jogo e escreveu-se uma página de história, mas foi ainda a primeira parte", disse Sá Pinto, no final do encontro.
Uma semana depois, no Etihad, a vantagem parecia demasiado curta, mas o Sporting foi 'gigante' na primeira parte, que terminou a vencer por 2-0, com tentos de Matías Fernández, aos 33 minutos, e do holandês Ricky van Wolfswinkel, aos 40.
O Manchester City ficou a quatro golos do apuramento e conseguiu marcar três, dois por Aguëro, aos 60 e 82 minutos, e um, de penálti, por Balotelli, aos 75. Na parte final, o Sporting teve de sofrer, mas conseguiu segurar o apuramento.
"Jogámos com grande confiança e não havia outra forma de parar esta equipa, que é fortíssima e costuma marcar quatro, cinco, seis golos em todos os jogos. O Sporting superou-se, acreditou, e agora pode saborear este feito histórico", resumiu Sá Pinto.
Depois, o Sporting afastou o Matalist Kharkiv, nos quartos de final (2-1 em casa e 1-1 fora), e acabou por cair nas meias-finais, perante o Athletic (2-1 em Alvalade e 1-3 em San Mamés).
Por seu lado, o Manchester City acabou por viver uma época história, ao conquistar pela terceira vez a Premier Legue, num título que se decidiu nos descontos da 38.ª e última jornada da prova, e esteve quase a 'cair' para o Manchester United.
O 'onze' de Roberto Mancini entrou para a última ronda necessitado apenas de vencer em casa o Queens Park Rangers, mas, à entrada para os descontos, perdia por 2-1, para desespero dos seus adeptos, até porque o United já vencera o seu jogo.
Aos 90+2 minutos, o bósnio Edin Dzeko devolveu a esperança, ao restabelecer a igualdade, e, aos 90+4, Sergio 'Kün' Aguëro marcou talvez o mais célebre golo da história do City, que, então, só havia conquistado o campeonato em 1936/37 e 1967/68.
Em 2011/12, ano em que caiu perante o Sporting, o City somou o terceiro cetro e, depois disso, já ganhou mais quatro (2013/14, 2017/18, 2018/19 e 2020/21) e está bem lançado para, em 2021/22, somar o oitavo e quarto nos últimos cinco anos.
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