Paulo Fonseca, treinador que esta temporada se mudou para o Lille, concedeu, esta segunda-feira, uma entrevista à Voix des Sports, o suplemento desportivo do jornal francês La Voix du Nord, na qual analisou as primeiras semanas de trabalho no comando técnico do conjunto gaulês.
"É um grande desafio. Quando fui convidado para vir, fiquei muito entusiasmado. Gostei muito destas primeiras semanas e estou confiante no futuro. O clube é muito organizado e as infraestruturas são extraordinárias. Não mudei muito nas regras normais. Cada treinador tem regras diferentes. Mas eu exijo disciplina. Sou sempre muito exigente em relação a isso", começou por dizer Paulo Fonseca, que disse estar contente com a resposta dos jogadores às suas ideias.
Corremos riscos, sim. Mas para se ser um protagonista, para se ter iniciativa, para ser melhor do que os outros, para se definir metas constantemente, é preciso correr riscos. Não sou um treinador que espera que as coisas aconteçam, temos que fazer por isso. Confesso que os jogadores estão muito abertos a jogar assim. Acho que eles estão felizes e entusiasmados com este projeto. O que eu senti até agora é que eles também querem jogar assim e eu sinto-me feliz, motivado e entusiasmado", acrescentou.
Com cinco reforços já assegurados para a nova temporada, Paulo Fonseca destacou o entendimento com a direção do Lille nas questões do mercado.
"Trabalhamos juntos. Recrutámos muitos jogadores em França, porque a estrutura conhece a liga. O que eu sinto é que o clube não decide nada sem ter a minha opinião. Significa que trabalhamos juntos. Também aceito os nomes que os olheiros me propõem, analiso, e quando vejo um jogador que pode jogar no meu estilo de jogo, aceito. Torna-se fácil trabalhar assim", atirou.
Paulo Fonseca disse ainda que quer que os seus jogadores corra riscos dentro de campo, ao invés de jogar à defesa, e que espera que no futuro a equipa se apresente em campo "com caráter forte, uma identidade sólida".
"Se os meus jogadores são corajosos e tentam fazer o que eu lhes peço, eu assumo total responsabilidade pelos erros. O que é um problema para mim é quando eles não querem correr riscos ou não são corajosos. Se fosse jogador hoje, também queria correr riscos. Desta forma, posso participar mais no jogo. O jogo é feito para se jogar, para ter a bola. Se uma equipa só quer defender, como é que os jogadores podem mostrar as suas qualidades? É muito mais difícil", sublinhou o treinador luso.
"Eu sei que não é um processo fácil mudar muitas coisas, mudar jogadores, mudar totalmente a maneira como se joga. Leva tempo. E sabemos que não podemos esperar que tudo seja perfeito de um dia para o outro. O meu principal objetivo agora – não gosto muito de falar em objetivos de longo prazo logo assim – é construir o mais rápido possível uma equipa com caráter forte, uma identidade sólida, uma equipa corajosa que jogue um jogo de ataque, com o propósito de dominar. Se fizermos isso, se começarmos a jogar dessa maneira, acho que estaremos perto de ganhar os jogos. E acho que vai acontecer", finalizou Paulo Fonseca.
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