Com Taremi assim, quem precisa de garçom? As notas do FC Porto-Sp. Braga

Iraniano esteve em grande plano ao fazer o papel de outros colegas: oferecer a marcar no jogo que ditou a cambalhota no momento dos dragões. A 'alergia' do avançado aos golos parece ser, neste momento, a menor preocupação no Dragão.

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© Getty Images

Tiago Antunes
01/10/2022 08:00 ‧ 01/10/2022 por Tiago Antunes

Desporto

Análise

O FC Porto carimbou nesta sexta-feira o regresso aos triunfos ao vencer o Sp. Braga por 4-1. Os dragões não sabiam o que era vencer desta forma desde a sexta jornada da I Liga, quando venceram o Desp. Chaves por 3-0.

A equipa azul e branca entrou muito pressionante, a tentar fazer das palavras de Sérgio Conceição a regra do jogo. A equipa teria de ser igual a si própria e foi isso que fez frente a um Sp. Braga que não tinha perdido nesta temporada.

O momento do FC Porto melhorou à imagem da performance individual de alguns jogadores que, nesta sexta-feira, voltaram a brilhar em campo. Nem todos conseguiram mostrar serviço da mesma forma, como o caso de David Carmo, a mero título de exemplo, que, em meia hora de jogo, não foi capaz de acertar passes e desarmes como Pepe.

Com este resultado, o FC Porto volta a ameaçar o Benfica na tabela da I Liga. Ainda que de forma provisória, são apenas dois pontos aqueles que afastam o campeão nacional do líder do campeonato, que vai jogar em Guimarães nesta jornada. A luta pelo título continua quente.

Posto isto, vamos às notas do jogo.

A figura

Taremi terá feito a melhor exibição de 2022/23 até ao momento. O jogo mais completo do iraniano até agora, no qual se soltou da área e jogou mais solto na frente. Foi por isso que conseguiu servir os colegas, estando presente nos três golos do FC Porto, bem como no lance que deu em expulsão de Matheus, guarda-redes do Sp. Braga. A 'alergia' do iraniano aos golos parece começar a ficar no esquecimento, pelo menos enquanto continuar a participar nos jogos do FC Porto como participou frente ao Sp. Braga. Menção honrosa para Pepê e Eustáquio que, à imagem de Taremi, estiveram em destaque nos dragões.

A surpresa

Não é por ser filho do mister que Rodrigo Conceição ganha espaço na equipa. O jovem jogador, que passou do ataque para a defesa em definitivo, tirou pela segunda vez seguida o lugar a João Mário na ala direita e tem dado cartas. Foi agressivo no bom sentido, concentrado a defender, forte a atacar, esforçou-se para agradar e justificou a aposta do treinador, que, em resposta à pouca profundidade do plantel, acabou de ganhar uma nova opção para a posição.

A desilusão

A exibição do Sp. Braga desiludiu, especialmente na primeira parte, na qual Iuri Medeiros foi o elo mais fraco. O avançado esteve em vários lances de ataque dos arsenalistas e não foi capaz de dar o melhor destino à bola nessas jogadas. Não aplicou o futebol que lhe valeu até agora a titularidade e só piorou a situação ao fazer uma falta imprudente a meio campo, que o deixou amarelado. A falta de qualidade e a limitação disciplinar acabou por tirá-lo do jogo ao intervalo, o que acabou por melhorar a exibição dos minhotos. Esperava-se mais de Iuri Medeiros.

Os treinadores

Sérgio Conceição

Leu o jogo mesmo antes de este começar. Conseguiu prever o que o Sp. Braga ia fazer em campo, mas não ganhou mérito por tal. Ganhou-o ao adivinhar aquilo que a sua equipa devia fazer em campo para se reerguer. Conceição disse que o FC Porto tinha de desligar-se do adversário e ser igual a si próprio, um pedido que a equipa ouviu e seguiu. Os dragões jogaram o seu jogo como já não jogavam há alguns jogos, mostraram-se agressivos, intensivos, com vontade de marcar e dar a volta à situação. A decisão de promover a titularidade de Rodrigo Conceição e Eustáquio resultou na perfeição, principalmente pelo médio, que começa a afirmar-se cada vez mais como o motor da equipa. Bom carácter demonstrado pela equipa num jogo que se adivinhava de extrema dificuldade.

Artur Jorge

Depois de sete jogos, o primeiro tombo. O técnico não mudou a ideia de jogo, não fechou a equipa em frente à baliza. Contrariamente a isso, exigiu um jogo igual aos outros, com foco no ataque e um grande ritmo de jogo. Acabou por não resultar, tendo em conta a lição muito bem estudada pelo adversário. As mexidas no intervalo deram maior qualidade à equipa, especialmente a entrada de Abel Ruiz, que deu novas dinâmicas ao ataque minhoto. O trabalho do Sp. Braga não se destrói com esta derrota, mas poderá levar a uma reflexão sobre pormenores que só melhoraram na segunda parte quando as substituições foram feitas.

O árbitro

Exibição positiva e segura de Artur Soares Dias no Dragão. A expulsão de Matheus é bem decidida, tendo sido o lance de maior cuidado para o árbitro.

Leia Também: FC Porto volta aos triunfos e Sp. Braga tomba pela primeira vez na época

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