"Havia pessoas mortas como animais. Ouviam-se gritos, barulho de bombas"

A tragédia que sucedeu num pós-jogo na Indonésia vitimou 125 pessoas e há várias pessoas em estado crítico no hospital.

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Notícias ao Minuto
03/10/2022 09:50 ‧ 03/10/2022 por Notícias ao Minuto

Desporto

Tragédia na Indonésia

O mundo do futebol ficou perplexo após suceder na noite do passado sábado, na Indonésia, uma batalha campal, após o encontro entre o Arema FC e o rival Persebaya Surabaya, que vitimou 125 pessoas e deixou muitas outras em estado crítico no hospital.

Adilson Maringá, guarda-redes do Arema, também ele presente no recinto, relatou ao Globo Esporte o cenário de terror que se viveu e confessa que temeu pela sua própria vida.

"Foi uma cena lamentável. Depois dos jogos temos o hábito de cumprimentar os adeptos e por isso ficámos alguns minutos no campo. Mas depois vimos que estavam a invadir o relvado. Os polícias pediram-nos que nos retirássemos e que fossemos para o balneário. Saímos normalmente, a andar, só que a invasão foi tão grande que os polícias não conseguiram contê-la. Se repararem no vídeo, eu sou o último a sair. Quando estou a sair vem um grupo de mais ou menos umas oito pessoas que me agarram. E eu já não conseguia sair... Aí temi pela vida", começou por descrever Adilson Maringá.

"Não sabíamos de nada, ficámos no balneário umas cinco ou seis horas. Só se ouviam gritos, barulho de bombas e ninguém sabia informar nada. Tememos muito pela vida dentro do balneário. Pensámos 'eles vão invadir isto tudo e matar todos os que estão aqui dentro", relatou o guardião brasileiro.

"Ninguém sabia dizer nada, pediam calma. As pessoas choravam e só sabíamos os números de mortos. 'Faleceram 50, 60'. Pensei que aquilo ia tornar-se numa guerra sem fim e que nos ia atingir lá dentro. Veio o exército, blindados e a guerra campal continuava. Depois as coisas acalmaram e conseguimos sair do estádio, por volta das 4 horas da manhã. Quando saímos vimos o desastre no campo e fora do campo. Nunca tinha presenciado uma coisa destas na minha vida, havia pessoas mortas como animais. E o número vai aumentar, há muita gente nos hospitais que está por um fio", complementou.

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