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Águias de Schmidt 'à point' para Paris: As notas do Benfica-Rio Ave

Encarnados arrancaram aos soluços, mas deram boa resposta com várias mexidas no onze. Equipa da Luz regressou às vitórias na I Liga e ganhou moral para defrontar o PSG em jogo da Liga dos Campeões, antes de ir ao Dragão para o Clássico contra o FC Porto.

Notícia

© Getty Images

Tiago Antunes
09/10/2022 08:00 ‧ 09/10/2022 por Tiago Antunes

Desporto

Análise

O Benfica regressou neste sábado às vitórias na I Liga. O triunfo frente ao Rio Ave, por 4-2, orientou a equipa de Roger Schmidt, que não teve um arranque de jogo convincente.

A equipa foi mudada a grande escala, muito a pensar no jogo em Paris, a meio da próxima semana, uma decisão que terá levado Schmidt a arrepender-se momentaneamente.

O Rio Ave mostrou-se na Luz tal como já tinha feito em casa frente ao FC Porto. Colocou-se na frente do marcador cedo na partida e tentou ser o dono e senhor do jogo. A missão de controlar terá pesado à equipa vilacondense, que assumiu a pressão nos dois primeiros golos das águias.

As falhas defensivas falaram alto, principalmente quando Jhonatan deixou a bola escapar para o fundo da baliza no segundo golo do Benfica. Foi nessas falhas do Rio Ave que os homem da Luz encontraram o caminho para a vitória, a oitava na I Liga.

Mesmo tendo começado por baixo, o Benfica terminou bem por cima, com quatro golos marcados. Schmidt pôde conhecer melhor o plantel que tem, do qual nem todos os jogadores tinham, até então, tido minutos de competição. A equipa apresenta soluções e mostra que, por mais rotação que haja, os resultados são sempre alcançáveis.

Posto isto, vamos às notas.

A figura

Inevitavelmente, Gonçalo Ramos foi a figura de destaque do jogo. Com apenas 45 minutos de jogo, deu em campo a resposta que se queria à partida menos conseguida frente ao PSG. Empatou a partida ao saber ler a jogada dos colegas, voltou a marcar a passe de Enzo Fernández, numa jogada em que foi obrigado a trabalhar a bola, o que não foi difícil. Schmidt poupou-o a mais 45 minutos de jogo, tendo em vista o jogo a meio da semana, mas Gonçalo Ramos voltou a deixar claro: se querem golos, contem com ele. Já são 10 em 15 jogos na nova época, seis em oito jogos da I Liga.

A surpresa

Nas muitas trocas e baldrocas que Schmidt fez na equipa, a entrada de destaque foi a de Ristic, que teve um jogo muito bem conseguido. O defesa esquerdo deu segrurança à equipa na ausência de Grimaldo, tendo ajudado muito bem na defesa e também no ataque. Foi no setor mais adiantado que acabou por dar maiores provas, assistindo Musa para o quarto golo do Benfica. Se duvidas houvessem, Ristic acabou com elas, provando que as restantes soluções do plantel também têm qualidade.

A desilusão

É verdade que Jhonatan pôs o pé na poça no segundo golo do Benfica, entregando por completo a reviravolta às águias, mas a distinção vai para Patrick William. Não fez um grande jogo numa linha de três centrais que se partiu várias vezes. Quando devia ter fechado no meio junto a Aderlan, o brasileiro não teve a capacidade de o fazer, deixando espaços no centro da defesa, nomeadamente no primeiro golo do Benfica. Ficou chateado com o resultado ao intervalo e com a substituição e com razão, porque reconhece que tem capacidade para fazer mais e melhor.

Os treinadores

Roger Schmidt

Surpreendeu ao mudar logo cinco jogadores do onze principal. Confiou nas figuras que tem no plantel e essa confiança foi transferida para a equipa. Depois de um começo de jogo mau, os encarnados endireitaram-se e encontraram o caminho da vitória. Mesmo sem Rafa Silva, David Neres, Grimaldo, e até Gonçalo Ramos e Enzo Fernández na segunda parte, Schmidt conseguiu dar à equipa as peças que precisava para não deixar o ritmo diminuir. Claro que há sempre algo a trabalhar, e o próprio treinador reconhece-o a cada jornada que passa, mas ficam bons indicadores em vésperas de mais um duelo com o Paris Saint-Germain.

Luís Freire

Já tinha dado provas de ser um treinador destemido, pouco medroso e com uma ideia de jogo interessante. Exigiu à equipa uma partida de qualidade e, dentro do possível, conseguiu-o. Assim que o Benfica, líder do campeonato, com oito vitórias na prova, começou a crescer no jogo, o Rio Ave não pôde fazer nada a não ser resguardar-se e tentar evitar um desastre. Mesmo com a derrota por 4-2, ficam para destaque as partidas que este Rio Ave fez, em jogo jogado, sem olhar para números, contra os grandes nesta primeira metade de época.

O árbitro

Partida tranquila para Manuel Oliveira, que não teve grande trabalho neste sábado.

Leia Também: PSG vai questionar UEFA sobre alegadas "revistas abusivas" na Luz

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