O Benfica arrancou um empate (3-3) frente ao Inter, esta quarta-feira, mas acabou por vacilar na missão de chegar às 'meias' da Liga dos Campeões, atendendo à derrota na Luz (0-2), crucial para o agregado desfavorável de 5-3. 

A missão de marcar três golos na segunda mão dos 'quartos' da prova milionária foi, de certa forma, cumprida, porém, o resto correu mal. E por "resto" entenda-se o capítulo defensivo, onde os erros da defesa encarnada permitiram que, em três remates à baliza, encaixassem três impactantes golos.

O início de jogo no Giuseppe Meazza não poderia ter corrido pior para os encarnados que, a precisar de reagir, viram Barella a ampliar a vantagem italiana com um golaço, complicando as contas do apuramento. A reação apareceu ainda dentro do primeiro tempo, com um golo algo surpreendente de Aursnes a deixar o Benfica a acreditar para a segunda parte que se avizinhava, mas os erros da segunda parte foram cruciais.

Roger Schmidt arriscou e os encarnados ameaçaram a reviravolta - com pedidos de grande penalidade sobre Aursnes pelo meio -, mas o Inter acabaria por assinar um duplo golpe - por Lautaro e Correa - nas aspirações europeias do emblema da Luz, travando o sonho de chegar às 'meias' da Liga dos Campeões, já depois de ter eliminado o FC Porto na ronda anterior.

É certo que, nos instantes finais, António Silva e Musa ainda festejaram e conseguiram o empate para o Benfica, mas o 3-3 final em Milão foi insuficiente para afastar os 'fantasmas' que têm pairado na Luz, depois de três derrotas consecutivas, numa altura em que o Benfica vira agora foco total para o campeonato.

Segue-se agora um dérbi contra o eterno rival AC Milan por um lugar na final da Liga dos Campeões que este ano acontece na cidade turca de Istambul. Os dois duelos das 'meias' acontecem no mês de maio.

Vamos então às notas da partida:

Figura

Lautaro Martínez destacou-se com um golo e com uma assistência e, atendendo à exibição que protagonizou na luta por um lugar nas 'meias', acabou mesmo por ser a figura da partida, naqueles que foram os lances capitais do encontro. Após rubricar a assistência para o golo inaugural de Barella, Lautaro Martínez sentenciou as dúvidas com o 2-1 aos 65 minutos, abalando qualquer aspiração europeia do Benfica, num duelo que ganhou vários duelos e revelou estar assertivo nos passes.

Surpresa

Fredrik Aursnes surpreendeu ao ser a melhor unidade do Benfica em campo, não só pelo golo que marcou, mas pelo que deu à equipa. É certo que o lance de maior destaque aconteceu quando rubricou o tento do empate, ainda antes do intervalo, aparecendo na grande área de forma algo surpreendente para a defesa do Inter, mas o internacional norueguês revelou ainda ter critério no passe e na visão de jogo a nível ofensivo. No arranque do segundo tempo reclamou uma grande penalidade... e com razão.

Desilusão

Rafa Silva consegue ser, muitas vezes, o quebra-cabeças das defesas adversárias, porém, quando mais foi preciso, passou ao lado desse estatuto. O avançado português não conseguiu rubricar um único remate em toda a partida e ainda acumulou vários duelos perdidos. Apesar de poder ser algo ingrato, a fama que traz consigo acaba por colocá-lo numa posição de conseguir alcançar expectativas elevadas, algo a que Rafa Silva não conseguiu corresponder no duelo desta quarta-feira.

Treinadores

Simone Inzaghi mexeu em todos os setores de forma equilibrada, sobretudo atendendo às limitações físicas que tinha na equipa, mas mostrou ter capacidade para gerir a equipa entre o insucesso nacional e o sucesso europeu, algo que voltou a ficar patente na forma como preferiu não mexer na equipa até à entrada para os últimos 15 minutos. As nuances estratégicas ao intervalo terão dado algum conforto à equipa para aguentar a pressão do Benfica em busca do golo e, com isso, até voltaram a marcar.

Roger Schmidt optou por voltar à fórmula 'antiga' e, depois de ter colocado Neres no onze frente do Desportivo de Chaves, acabou por voltar a apostar no habitual onze, com a titularidade de Florentino a preencher o miolo encarnado. O treinador do Benfica mexeu ao intervalo e até se pode dizer que arriscou num primeiro momento, mas o Inter acabou por voltar a saltar para a frente do marcador, algo que ampliou distâncias na eliminatória novamente, deixando as águias completamente desoladas na partida.

Árbitro

Carlos del Cerro Grande errou num lance flagrante que poderia ter alterado o rumo dos acontecimentos em Milão. Dentro da arbitragem segura e coerente que protagonizou, o experiente árbitro espanhol não assinalou o penálti de Lautaro Martínez sobre Fredrik Aursnes na fase inicial do segundo tempo, algo que também não passou pelo crivo do VAR, que deveria ter dado o alerta. Embora o Benfica tenha ficado a dois golos do empate na eliminatória, a grande penalidade poderia ter dado o 1-2 na partida.

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