"Estive numa prisão na Austrália. Não podia abrir a janela"

Tenista sérvio confessa ainda que nunca desenvolveu uma amizade com Roger Federer ou Rafael Nadal.

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Notícias ao Minuto
16/05/2023 11:20 ‧ 16/05/2023 por Notícias ao Minuto

Desporto

Novak Djokovic

Novak Djokovic, atual líder do ranking mundial de ténis, concedeu, esta terça-feira, uma extensa entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, na qual abordou vários temas, entre eles o facto de nunca ter tido uma relação de amizade com Roger Federer ou Rafael Nadal.

"Nunca fui amigo de Federer, entre rivais não se pode. Mas nunca fomos inimigos. Sempre tive um grande respeito por Federer, foi um dos maiores de todos os tempos. Teve um impacto extraordinário, mas nunca fomos próximos, começou por dizer o sérvio.

"O Nadal é um ano mais velho do que eu. Somos os dois do signo gémeos e no início íamos jantar juntos, mas é impossível sermos amigos. Sempre o respeitei e tenho admiração por ele. É graças a ele e ao Federer que cresci e me tornei no que sou hoje. Isso vai unir-nos para sempre. Sinto gratidão para com eles. Nadal faz parte da minha vida, durante os últimos 15 anos vi-o mais a ele do que a minha mãe", acrescentou.

O tenista sérvio abordou ainda a toda a polémica em torno da não-vacinação contra a Covid-19 e que o levou a ser deportado da Austrália, não podendo participar no Grand Slam australiano.

"Sofri tudo na pele, mas muita gente valorizou que me tenha mantido constante. 95 por cento do que se escreveu e disse na televisão sobre mim nos últimos três anos é totalmente falso. Sou a favor da escolha e defendo a liberdade de escolher", atirou Novak Djokovic.

"É um direito humano fundamental ser livre para decidir quais coisas se injetam no corpo e quais não. Colocaram-me o rótulo de de ser contra as vacinas, algo completamente falso e que ainda me dá dores de estômago", vincou ainda o tenista sérvio, que recordou o processo de deportação.

"Estive numa prisão. Não podia abrir a janela. Estive menos de uma semana lá, mas encontrei gente jovem e refugiados de guerra que estavam ali há muito tempo. O meu caso serviu para esclarecê-los e quase todos foram libertados pouco depois. Um jovem sírio estava naquele sítio há nove anos e agora está nos Estados Unidos. Quando regressar ao país este verão, quero encontrar-me com ele e convidá-lo para ir assistir ao US Open. Eu também sinto uma conexão com ele", finalizou.

Leia Também: Mourinho foi ver jogo de ténis e 'sacou' autógrafo... de Novak Djokovic

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