Foi arrancada a ferros, e com criatividade brasileira, a primeira vitória do Benfica na edição 2023/24 da I Liga. David Neres saltou do banco de suplentes para ser o 'ás de trunfo' da vitória do Benfica frente ao Estrela da Amadora (2-0), com duas assistências a resolverem o jogo da segunda jornada da I Liga.
Num encontro muito morno e sem um pingo de criatividade, a aposta de Roger Schmidt no canarinho quebrou esse marasmo que se vivia. O extremo foi lançado ao minuto 69 e transfigurou por completo o encontro, criando sozinho as ocasiões flagrantes que as águias tiveram na etapa final do jogo.
David Neres entrou para o lugar de um apagado João Mário, de regresso ao onze de Schmidt, e entregou as chaves a Tengstedt, que as retirou do bolso e quebrou o nulo um minuto depois de entrar (79'). Foi a estreia a marcar do jovem dinamarquês. O brasileiro voltou a fazer das suas e serviu Rafa Silva, que sentenciou o triunfo encarnado já em tempo de compensação, aos 90+3'.
14 anos depois, Benfica e Estrela voltavam a encontrar-se para o campeonato, e foi a luz de um abra-latas brasileiro que valeu às águias a primeira vitória na I Liga esta época. Já os amadorenses, de regresso à elite do futebol português, continuam sem qualquer ponto conquistado.
Mas vamos às notas desta partida:
Figura
David Neres reclama a titularidade com a exibição da última noite. Entrou ao minuto 69 para abanar o jogo e construiu os dois golos que permitiram ao Benfica vencer o encontro. Fez a diferença com duas assistências que foram fulcrais para desbloquear o encontro.
Surpresa
Exibição luxuosa de Bruno Brígido. O Estrela bem pode agradecer ao seu guarda-redes o facto de não ter sofrido um golo antes dos 79 minutos. Foi uma noite quase perfeita do brasileiro, que concedeu dois golos na reta final, sem nada poder fazer. Antes, o guardião foi uma autêntica dor de cabeça para Di María. Pelo meio, Brígido defendeu ainda remates de Arthur Cabral, Kökçü e Rafa.
Desilusão
Pouco ou nada se deu por Arthur Cabral ao longo do tempo em que esteve em campo. É certo que o brasileiro tem pouco mais de uma semana de treino com os novos companheiros, mas foi quase que um corpo morto no ataque das águias. E prova disso foi que Tengstedt fez mais que o brasileiro em menos tempo.
Treinadores
Roger Schmidt
Pode-se quase dizer que o Benfica deu meia hora de avanço ao adversário no arranque do jogo. A aposta na titularidade de Samuel Soares surpreendeu e o mesmo se pode dizer da colocação de Aursnes no lado esquerdo da defesa - Ristic nem vê-lo. Os primeiros 30 minutos foram de algum nervosismo, com a a equipa a libertar-se depois desse período. Mas faltava a criatividade para derrubar a barreira defensiva dos estrelistas. Muito se falou sobre as mexidas de Roger Schmidt terem corrido mal no Bessa, mas a verdade é que foi ao banco que o alemão fio buscar a vitória. David Neres deu o que João Mário não vinha a dar na esquerda e Tengstedt teve um efeito imediato, bem mais eficaz que Arthur Cabral.
Sérgio Vieira
Os amadorenses apresentaram-se na Luz certos de que podiam discutir o jogo com um adversário que vinha fragilizado da derrota no Bessa e as algumas iniciativas ofensivas demonstraram-no. Houve mérito tático e organizacional do Estrela na forma como se defendeu, anulando com sucesso um previsível Benfica durante largos minutos de jogo. Mas os estrelistas não tiveram o elixir necessário para contrariar David Neres.
Arbitragem
Gustavo Correia teve alguma falta de critério ao nível da admoestação de cartões amarelos. Contudo, sem influência no resultado final. Apontou de pronto para uma alegada grande penalidade por mão de Florentino Luís, mas também foi lesto a verificar o lance no VAR e reverter a situação.
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