O Benfica voltou a bater o FC Porto, em casa, cinco anos volvidos, desta feita por 1-0, num Clássico relativo à 7.ª jornada da I Liga.
Um encontro em que Roger Schmidt surpreendeu ao colocar David Neres e Ángel Di María em simultâneo no 'onze', já Conceição apostou na titularidade de Baró, algo que não sucedia desde dezembro de 2020.
Um Clássico que não ficará para a história como um dos melhores, mas que cedo mergulhou num enorme 'caldeirão'. Logo aos 19 minutos, Fábio Cardoso recebeu ordem de expulsão por João Pinheiro, após entrada imprudente sobre David Neres, e poucos minutos volvidos foi David Carmo a arriscar deixar os dragões com nove, mas o ex-Sporting de Braga teve maior acerto que o companheiro de equipa na maneira como abordou o lance e efetuou o corte limpo da bola perante Rafa.
Apesar das circunstâncias forçarem o FC Porto a esticar a manta, a verdade é que o vice-campeão nacional não se rendeu e na primeira parte criou inclusive as melhores situações da partida, com Trubin, em duas situações, a negar a festa aos pupilos de Sérgio Conceição.
Já na etapa complementar, o cenário modificou-se radicalmente e acabou por ser Diogo Costa a mostrar-se em grande nível e a negar a bonança à águia até onde conseguiu. Ao minuto 68, a fortaleza azul e branca acabou mesmo por ruir e Di María, assistido por Neres, aplicou o golpe fatal no marcador. Até ao fim, a reação sôfrega do FC Porto mostrou-se insuficiente perante um Benfica cada vez mais mandão e acertivo na frente de ataque.
Os encarnados voaram, assim, à condição, para o trono da I Liga, algo que apenas continuará a ser uma realidade, se o Sporting escorregar, este sábado, em Faro.
Vamos então às notas de destaque desta partida:
Figura
David Neres mereceu a titularidade no Clássico e respondeu à altura das exigências. Melhor que o argentino Di María durante quase toda a partida, o brasileiro começou por ser o responsável por deixar o FC Porto reduzido a 10, pela entrada que sofreu de Fábio Cardoso, como também orquestrou o lance que deu origem ao único golo do embate. Ainda noutro par de ocasiões esteve perto de arrombar a baliza de Diogo Costa.
Surpresa
Kokçu exibiu-se em grande nível na Luz. Do passe à recuperação, o ex-médio do Feyenoord empurrou várias vezes o FC Porto para o seu reduto mais defensivo. Bem em descobrir os seus companheiros para zonas de finalização, também esteve perto da felicidade ao rematar uma bola ao poste no decorrer da segunda parte.
Desilusão
Fábio Cardoso chumbou no Clássico. A expulsão logo aos 19 minutos condicionou, e de que maneira, toda a estratégia de Sérgio Conceição.
Treinadores
Roger Schmidt passou a mensagem certa ao intervalo, já que na despedida da primeira parte o jogo do Benfica estava mais próximo de ser um 'limoeiro' do que uma loja de doces. Poucos motivos haviam para um adepto dos encarnados sorrir, mesmo apesar da aposta tão desejada Neres-Di María. Os estragos maiores surgiram no decorrer da etapa complementar e aí sim a estratégia do técnico alemão começou a vir ao de cima.
Sérgio Conceição viveu uma partida ingrata. Apostou no 'joker' Baró contra todas as expetativas, para cobrir a vaga de Iván Jaime, mas cedo foi forçado a abandonar o plano inicial, condicionado pela expulsão de Fábio Cardoso. Os dragões mostraram-se raçudos a combater com menos uma unidade e na primeira parte até justificaram a vantagem, mas na etapa complementar o FC Porto ruiu e as alterações pouco acrescentaram.
Árbitro da partida
João Pinheiro não teve uma noite nada fácil na Luz e foi obrigado a trabalhos redobrados no capítulo disciplinar. Esteve bem ao expulsar Fábio Cardoso, à passagem dos 19 minutos, como também esteve bem ao não expulsar David Carmo do Clássico. Numa segunda parte, também ela efervescente, não se poupou nos amarelos e bem atribuídos na sua generalidade devido ao excesso de testosterona colocado por alguns jogadores em lances mais crispados da partida.
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