O jornal espanhol Marca divulgou, esta sexta-feira, uma extensa entrevista ao selecionador nacional Roberto Martínez, que será publicada na íntegra na edição impressa que irá para as bancas nas manhãs de sábado.
Nela, o treinador espanhol deixou rasgados elogios a Cristiano Ronaldo, destacando a vontade, que, aos 38 anos, o internacional português tem em ser melhor a cada treino.
"O Cristiano é muito interessante. Acho que quando há jogadores de um nível especial, e o Cristiano está num grupo restrito de três ou quatro jogadores de topo do futebol mundial, gostamos sempre de saber porquê. Nunca há dois jogadores com a mesma receita. Há jogadores que podem ser pela sua capacidade física, pela sua capacidade técnica, pela sua capacidade de liderança, pela sua capacidade tática? O que me surpreendeu muito no Cristiano foi a fome que ele tem. Nunca vi um jogador com tantas experiências e com uma vontade tão grande de ser o melhor em cada treino. Penso que isso é algo que contagia o nosso balneário", afirmou Martínez.
"Para um jogador de 18 ou 19 anos, entrar no balneário e ver um jogador como o Cristiano, que quer ganhar todos os exercícios, quem é o primeiro a chegar e o último a sair? Uma coisa que eu sempre quis medir como treinador é a fome do jogador, e a do Cristiano é a de um futebolista de 18 anos. Ele surpreendeu-me de uma forma que eu não esperava", vincou, prosseguindo nos elogios ao internacional português.
"É um vencedor nato, muito, muito, muito, muito exigente. Algo que explica o que ele conseguiu, porque tem esses aspectos como futebolista. E depois, ao longo da sua carreira, penso que mudou como jogador de grande envergadura, agora é mais um finalizador. Desde que comecei a trabalhar com ele, é um dos melhores nas jogadas box-to-box. Tem a capacidade de jogar no ar e de finalizar, o que é muito necessário em qualquer equipa. É um jogador que transmite a experiência de ser o único jogador do mundo com mais de 200 jogos pela seleção nacional. Isso é dizer alguma coisa", atirou o treinador espanhol.
"Quando o Cristiano decide ir para a Liga Saudita é para ganhar mais um título, é para ser o jogador de referência. O seu nível de exigência é o mesmo: ser o capitão, ser aquele que coloca a intensidade em todos os jogos... Por isso, quando volta à seleção, está pronto, não tem uma quebra, digamos assim. Outros vão para outras ligas e o nível que podem dar à seleção cai. Acho que o Cristiano foi para uma liga com um novo projeto numa altura perfeita, que lhe deu felicidade. Os seus números estão aí, ele é o jogador com mais golos em 2023, à frente de Haaland, Mbappé... jogadores que estão no início das suas carreiras. Isso deve-se ao nível de exigência que impõe a si próprio e foi isso que transmitiu na seleção nacional", finalizou.
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