Antes do reencontro entre Benfica e Marseille, esta quinta-feira, na primeira mão dos quartos-de-final da Liga Europa, o jornal francês RMC Sport decidiu assinalar a ocasião. Nesta segunda-feira, o antigo jogador do Benfica Vata foi o convidado excecional de Jeremy Rothen. O francês também falou com Eric Di Meco, outro interveniente da célebre 'mão de Vata', na meia-final da Taça dos Campeões Europeus, em 1990.
Desde o início, Vata foi categórico. Não reconhece qualquer mão. "Não. Ele (Di Meco) estava encostado em mim. Quando a bola chegou, não tive tempo de pensar. Di Meco estava comigo. Aprendi na escola que existe mão, ombro e peito. Não marcar com a mão. Se fosse com a minha mão a bola não poderia ter essa velocidade. Se fosse com a mão, porquê mentir?", questionou.
Já Di Meco teve outra visão. "Essa mão entrou para a história do futebol. Para nós, é como a mão de Maradona. Foi traumático. A Liga dos Campeões é tão difícil de ganhar que é preciso sofrer para a ganhar. Na realidade, poucos de nós o viram. Vata é também um jogador de andebol internacional angolano! Não me importo de dizer que cometi um erro de marcação. Culpo-me a mim próprio. Eu seguro-a e jogo mal a bola. Mas as imagens são terríveis! Estou convencido de que no nosso subconsciente, quando fazemos isso, não queremos admiti-lo a nós próprios", analisou.
Vata, que recebeu "muitas ameaças" na altura, insiste que a sua "consciência está tranquila". "O meu pai dizia-me: 'Podes mentir a toda a gente, mas não podes mentir à tua consciência'. Sempre tentei manter a minha consciência tranquila. Estou em paz com a minha consciência. Sei o que fiz", disse com toda a honestidade à RMC.
"Nunca fiquei zangado com o Vata!”, sorriu Di Meco, que teve direito a uma bela homenagem de Vata para concluir esta excepcional entrevista: “Eric você é um bom homem, um bom jogador que admiro muito muito. É um grande prazer. É a primeira vez que falo consigo. Ainda o considero um dos melhores defesas".
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