O Sporting pode ter dado, este domingo, um passo determinante no sentido da conquista do título de campeão nacional, graças ao empate a duas bolas 'arrancado a ferros, no Estádio do Dragão, perante o FC Porto, no tão aguardado Clássico da 31.ª jornada da I Liga.
No primeiro dia depois de André Villas-Boas ter destronado Jorge Nuno Pinto da Costa da presidência dos dragões, Sérgio Conceição deu, também ele, uma 'nova cara' à equipa, com a introdução, especialmente, de Martim Fernandes, que acabou por revelar-se fundamental. Mas lá chegaremos.
Os azuis e brancos entraram melhor no jogo, instalando-se no meio-campo adversário, e colocaram-se em vantagem ao fim de apenas oito minutos, quando Pepê aproveitou um 'deslize' de Franco Israel para assistir para o golo de Evanilson.
Os leões ainda esboçaram uma 'tímida' resposta, com remates perigosos de Pedro Gonçalves e Paulinho, mas foram os azuis e brancos, que, à beira do apito para o intervalo, viram Pepê dilatar a vantagem, após uma jogada de 'génio' de Martim Fernandes.
Já no segundo tempo, Rúben Amorim promoveu quatro alterações em meros 15 minutos, lançando Viktor Gyokeres, Eduardo Quaresma, Hidemasa Morita e Nuno Santos, conseguindo afastar o perigo, mas mantendo as dificuldades na aproximação à baliza.
Foi então que, já em cima do apito final, o que parecia impensável aconteceu mesmo. No espaço de apenas um minuto, Viktor Gyokeres marcou dois golos, que sentenciaram o jogo, apesar da expulsão de Marcus Edwards, instantes depois.
Feitas as contas, com três rondas pela frente, o Sporting lidera, mas, agora, com cinco pontos de vantagem sobre o Benfica. Já o FC Porto, isola-se no terceiro lugar, com 63 pontos, contra os 62 de Sporting de Braga e os 60 de Vitória SC.
Figura
Uma distinção que não pode ir para outro jogador que não Viktor Gyokeres. Quando o Sporting parecia estar totalmente perdido, eis que o internacional sueco, saído do banco de suplentes, fez o impensável, marcando dois golos no espaço de apenas dois minutos e 'resgatando' um empate.
Surpresa
Estrear-se a titular num Clássico, aos 18 anos, não é para qualquer um. Fazendo-o sem comprometer, muito menos. E fazê-lo com um momento de 'magia' parecia ser impossível. No entanto, foi o que fez Martim Fernandes, que soube agarrar a oportunidade concedida por Sérgio Conceição, com uma jogada magistral, que culminou no golo de Pepê.
Desilusão
O Sporting não entrou, de todo, bem no jogo, mas o erro de Franco Israel tornou quase utópica uma eventual recuperação. Logo ao oitavo minuto, o guarda-redes uruguaio entregou, literalmente, a bola ao ataque do FC Porto, num lance que levou ao golo de Evanilson. Daí em diante, não mais conseguiu recompor-se, e revelou-se uma fonte de insegurança.
Treinadores
Sérgio Conceição: De um dos períodos mais delicado da temporada surgiu aquela que parecia ser uma das versões mais perentórias do FC Porto, com solidez na defesa e criatividade no ataque. No entanto, a equipa parece ter começado a gerir o resultado cedo demais, e pagou caro, em cima do apito final.
Rúben Amorim: O Sporting pareceu ter estado todo o jogo à espera de Viktor Gyokeres, mesmo quando este não estava em campo. A exibição não foi a melhor, especialmente, na primeira parte, mas o treinador soube, não só estabilizar a equipa, como ainda baralhar as marcações adversárias, e acabou por 'salvar' um empate.
Árbitro
Num Clássico que se esperava 'quentinho', Nuno Almeida optou por aplicar um critério técnico largo, não sancionando alguns contactos mais viris. No entanto, do ponto de vista disciplinar, há falhas que não podem ser ignoradas, como o segundo cartão amarelo perdoado a Jeremiah St. Juste, logo no arranque da segunda parte, por falta dura sobre Wenderson Galeno. Um erro que o próprio Rúben Amorim reconheceu, de tal maneira que, no minuto, seguinte, retirou o neerlandês de campo.
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