Otávio Ataíde concedeu, esta quinta-feira, uma extensa entrevista ao portal brasileiro Globo Esporte, na qual recordou o seu recente passado negativo antes de chegar a Portugal pela porta do Famalicão e dar o salto para o FC Porto.
Vencedor da Taça de Portugal ao serviço dos azuis e brancos, o defesa-central revelou o pesadelo que viveu há muito pouco tempo no Sampaio Corrêa.
"Fui para o Sampaio Corrêa e estava sem jogar. Na minha cabeça chegaria lá e teria oportunidades. Quando fui, estava em forma e colocaram-me a jogar. Creio que não fiz um dos meus melhores jogos e fiquei marcado por isso. Depois mudou o treinador e ele disse-me que teria oportunidades, mas não tive", começou por dizer Otávio, que depois analisou a mudança para Portugal.
"Quando eu cheguei ao Famalicão o treinador pediu para eu descer e treinar nos sub-23. Eu não queria, mas desci. Joguei quatro jogos, tive oportunidade na equipa principal e de lá eu não saí mais. No começo desta temporada, estivemos muito bem, a nossa defesa era a melhor da I Liga e uma das melhores da Europa. Em dezembro começou a aparecer um monte de coisas no Twitter, notícias e essas coisas sobre o FC Porto. Eu achava bem difícil. Nem sempre essas coisas são verdade", prosseguiu.
Otávio, que jogou na Liga dos Campeões este ano, destacou a importância de ter jogado ao lado do veterano Pepe, a quem apelidou de ídolo.
"A mudança? Ali estava a realizar um sonho. Quando cheguei lá, tudo era diferente. Jogar ao lado de um ídolo, o Pepe, foi incrível. O Pepe abraçou-me e ajudou-me bastante em tudo. Ele chegava depois do treino e conversava comigo. Foi ajudando-me, acolheu-me mesmo. Para mim, não tem preço estar a jogar ao lado do Pepe", vincou o brasileiro.
"No começo, na hora do hino da Champions, estava nervoso e ansioso. Com frio na barriga. É uma competição com adversários que eu só via nos jogos de consolas. Quando começou o jogo [com o Arsenal] fiquei tranquilo, a equipa toda a passar confiança. Eu só desfrutei. O jogo foi incrível. Parece que tudo estava acontecendo da forma que eu estava pensando. No primeiro jogo não poderia ter sido melhor para mim na minha estreia", atirou ainda.
"Há dois anos estava no Sampaio Corrêa sem jogar. E estava quase a desistir. O salto que eu dei no FC Porto foi algo que não estava à espera. Foi muito importante na minha carreira, porque a dada altura deixei de sonhar. Isso mostrou que devemos acreditar sempre", finalizou.
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