Nicolás Otamendi concedeu, esta terça-feira, uma extensa entrevista à Rádio La Red, na qual foi questionado sobre a possibilidade de terminar a carreira no River Plate. O central do Benfica admitiu que gostava de regressar à Argentina, mas, tal como o compatriota Di María, mostra preocupação com a falta de segurança no país.
"Joguei no Vélez desde os sete anos, até fazer a estreia e emigrar para a Europa. Obviamente serei sempre grato ao Vélez, porque me deu a oportunidade de crescer como pessoa e como jogador de futebol. Mas a minha família é adepta do River. São fanáticos. Adoraria jogar no River porque sou adepto e sempre me trataram maravilhosamente bem. É mais ao menos algo como acontece com o Ángel. Também penso na minha família. Estou aqui na Europa há muitos anos e penso nos meus filhos, na segurança deles e na forma como a Argentina está, é muito difícil regressar", começou por dizer o central.
"Também tenho mais um ano de contrato com o Benfica e estou bem no clube. Deram-me a oportunidade, ao sair do Manchester City, de ter a continuidade que necessitava para continuar na seleção. Faço as coisas bem no clube para poder continuar a estar na seleção. Falo com o presidente e ele também insistiu muito para que eu possa ir para o River, mas deixei claro para ele o que penso e o porquê. Mas eu tinha renovado com o Benfica, tinha anos de contrato e ele entendeu que a minha família sempre esteve envolvida", vincou ainda o capitão do Benfica.
Otamendi falou ainda da situação de Di María, que rejeitou a proposta do Rosario Central para voltar à Argentina por questões de segurança.
"É complicado, pelo que é o Ángel. O jogador pensa sempre na sua família, nos filhos, na segurança. A Argentina está a atravessar um momento difícil. Muita gente deixa a Argentina por isso, pela segurança. Se Di María estivesse sozinho, não pensaria nisso. Mas tem uma família que recebeu ameaças. Todos sabemos quão adepto é do Rosario e da vontade que tinha de regressar à Argentina. Estive com ele no Benfica e estava muito entusiasmado, mas depois com as ameaças e tudo o que se passou, passou uns tempos muito triste e muito indeciso. É uma situação delicada. As pessoas do Rosario ficariam encantadas e o Ángel ainda mais, mas ele tem de pensar na sua segurança e na família", finalizou.
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