Angela Carini desistiu, ao final da manhã desta quinta-feira, do combate de estreia nos Jogos Olímpicos de 2024, que decorrem na capital francesa de Paris, perante Imane Khelif, uma das atletas cuja participação mais está a dar que falar.
Ao cabo de apenas 46 segundos, no duelo relativo à categoria feminina de até 66 quilogramas de peso, a italiana alegou dores intensas no nariz e pediu para abandonar, dando azo a especulação de que a decisão estivesse relacionada com a polémica em que a adversária estava envolvida.
Tudo porque, no Campeonato Mundial de boxe do passado ano de 2023, a argelina foi desqualificada pela Federação Internacional de Boxe (IBA), tendo o presidente, Igor Kremlev, justificado o desfecho com o facto de possuírem "cromossomas XY".
Na altura, o responsável assegurou mesmo que "várias atletas tentaram enganar as companheiras e fingir-se mulheres". Algo que, no entanto, acabou não influenciou o Comité Olímpico Internacional, que permitiu a sua participação, em solo gaulês.
Ainda assim, após o combate, Angela Carini fez questão de dissipar a polémica, em declarações prestadas à agência noticiosa transalpina ANSA: "Entrei no ringue para lutar. Eu não desisti, mas um soco doeu-me em demasia, por isso, disse 'basta'".
"Teria sido mais fácil não comparecer, porque toda a Itália lhe tem pedido para não lutar há dias, mas a Angela estava motivada e queria fazê-lo. É claro que, quando viu a adversária, no sorteio, disse 'Não é justo'", acrescentou o treinador, Emanuele Renzini.
"Mas não houve premeditação, hoje. Ela desistiu depois de sofrer um soco, disse-me que não se sentia em condições de lutar. Tentei dizer-lhe para, pelo menos, chegar ao final da primeira ronda, para que pudéssemos lutar, mas ela não o fez", completou.
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