Angela Carini está arrependida das declarações feitas depois de ter desistido do combate diante da argelina Imane Khelif, que foi desqualificada no Mundial de 2023 por reprovar os testes de elegibilidade de género mas que, ainda assim, viu aprovada a sua participação nos Jogos Olímpicos de Paris'2024.
No final do combate, que durou apenas 46 segundos, o treinador de Angela Carini, Emanuele Renzini, disse: "Teria sido mais fácil não comparecer, porque toda a Itália lhe tem pedido para não lutar há dias, mas a Angela estava motivada e queria fazê-lo. É claro que, quando viu a adversária, no sorteio, disse 'Não é justo'".
Carini, de nacionalidade italiana, prestou novas declarações ao Gazzetta dello Sport e nessa entrevista começou por pedir desculpa pela situação. "Toda esta polémica deixa-me triste", fez notar, dirigindo-se depois à adversária.
"Sinto muito por ela. Se o Comité Olímpico Internacional (COI) disse que ela pode lutar, então respeito essa decisão. Quero pedir-lhe desculpa a ela e a todos os outros que desrespeitei. Estava chateada com o facto de as minhas possibilidades nas Olimpíadas se terem dissipado", completou, justificando assim o facto de se ter recusado a cumprimentar Imane Khelif.
Importa lembrar que Khelif, à semelhança de Lin Yu-ting, de Taiwan, foi desqualificada do Campeonato do Mundo de 2023, em Nova Deli, na Índia, organizados pela Associação Internacional de Boxe (IBA), depois de não ter passado nos testes de elegibilidade de género - os testes deram que tinha cromossomas XY em vez de XX, como as mulheres. Apesar da polémica, o COI garantiu que as duas atletas cumprem os regulamentos e assim foram ambas autorizadas a participarem nos Jogos Olímpicos.
Imane Khelif, vale notar, é uma mulher cisgénero, o que significa que é uma mulher que se identifica com o seu género de nascença. Até ao momento, não existem dados oficiais que confirmem que a atleta tem, de facto, cromossomas XY, que são tipicamente masculinos.
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