Polémica sem fim. IBA reitera: "Imane Khelif e Lin Yu-ting são homens"

Associação Internacional de Boxe não altera a sua posição quanto ao alarido criado em torno das atletas hiperandrógenas nos Jogos Olímpicos, em Paris.

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Notícias ao Minuto
05/08/2024 22:00 ‧ 05/08/2024 por Notícias ao Minuto

Desporto

Jogos Olímpicos

A Associação Internacional de Boxe (IBA) voltou à carga quanto à polémica em torno de Imane Khelif e Lin Yu-ting, esta segunda-feira, ao rotular que as duas pugilistas hiperandrógenas - que têm enfrentado 'ondas' de críticas e apoio nos Jogos Olímpicos - como dois homens, com base em exames aos níveis de testosterona realizados no passado, ainda que não tenha apresentado provas concretas na conferência de imprensa que teve lugar em Paris.

 

O médico Ioannis Filippatos, que deu conta de "resultados inconclusivos" nos exames realizados em 2022, esteve presente e deu conta de que não podia garantir a ninguém se Imane Khelif tinha nascido mulher ou homem.

"Não podemos dizer tudo porque é sigilo médico. Não posso dizer-lhe se ela nasceu mulher. Eu não estava no hospital quando ela nasceu. Neste caso, precisamos que a pugilista colabore com os laboratórios. Ela é uma lutadora muito boa, mas como médico preciso de proteger a categoria feminina", atirou, em declarações citadas no jornal The Telegraph., seguindo-se nova declaração polémica de Usar Kremlev, presidente do IBA.

“Não verificamos o que eles têm entre as pernas. Não sabemos se eles nasceram assim, ou se algumas mudanças foram feitas. Os segundos testes confirmaram os primeiros testes. Se as pessoas tiverem dúvidas, consulte-as. Elas podem fazer seus próprios testes. Os testes mostram que elas são homens", acrescentou de seguida.

Em sentido inverso, o Comité Olímpico Internacional (COI) refutou por completo todas as decisões "arbitrárias" por parte da IBA. "Imane Khelif nasceu mulher, está registada como mulher, vive como mulher e luta como mulher", defendeu Mark Adams, porta-voz do organismo internacional, sobre a situação da atleta argelina.

Recorde-se que ambas as atletas tinham sido desqualificadas dos últimos Campeonatos do Mundo da modalidade, uma vez que se viram reprovadas no exame de género levado a cabo pelo IBA. Ainda assim, a dupla foi autorizada, pelo Comité Olímpico Internacional (IOC) a participar nos Jogos Olímpicos de Paris, tratando-se de uma decisão que tem provocado uma divisão, inclusive, no seio da própria modalidade. Por esta altura, ambas as lutadoras encontram-se nas 'meias' do torneio de boxe em Paris'2024.

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