"O mundo hoje é global e a sociedade reflete essa realidade. É o natural fluxo de imigração que faz de Portugal um destino que muitos procuram para trabalhar. A arbitragem é uma atividade como outra qualquer e que mesmo a um nível não profissional cativa quem gosta e pratica desporto", afirmou José Fontelas Gomes, em declarações à agência Lusa.
Questionado sobre a presença de árbitros estrangeiros em Portugal, o dirigente recordou os protocolos estabelecidos com as federações francesa e cipriota, para o intercâmbio de 'juízes', com destaque para o caso gaulês, iniciado em 2021/22, em alguns jogos da I Liga.
No início da época passada o árbitro internacional Halim Shirzad refugiou-se em Portugal quando os talibãs tomaram o poder no Afeganistão e, já com dupla nacionalidade, mas sem as insígnias da FIFA, dirige jogos da II Liga e Liga 3.
Outro caso de integração é o romeno Iancu Vasilica, que veio para Portugal com seis anos, tem dupla nacionalidade, e está na primeira categoria.
Segundo o presidente do CA, "em 2023/24 já houve 25 árbitros estrangeiros inscritos, um aumento considerável depois um registo estável".
Fontelas Gomes disse esperar "um incremento deste número para a temporada 2024/25, uma vez que existem diversos pedidos que estão atualmente em análise".
"O CA tem uma perspetiva aberta e de inclusão pelo que todos os árbitros ou candidatos a árbitros são bem-vindos", rematou Fontelas Gomes.
Os 25 árbitros estrangeiros são o número mais elevado já registado -- eram 17 em 2018/19 e 19 em 2022/23 --, num quadro em que o Brasil está em maioria, com oito, à frente da Suíça, com cinco, da Venezuela, com três, e da França, com dois.
Os restantes estrangeiros são provenientes de Roménia, África do Sul, Argentina, Cabo Verde, Canadá, Guiné-Bissau e Ucrânia.