Cinco em cinco. Começam a faltar palavras para descrever o arranque de campeonato do Sporting, uma vez que nem a 'velha' cantiga da sexta-feira 13 impediu os leões de 'meter a quinta', na deslocação ao reduto do Arouca (0-3), na hora de consolidar o trono da I Liga.
O jogo foi largamente dominado pela equipa de Rúben Amorim, embora a primeira oportunidade até tenha pertencido a Jason, logo aos 23 segundos. Seria fogo de vista, uma vez que os campeões nacionais assumiram a 'batuta' das ocasiões e acabaram por criar várias até ao intervalo. Uma delas deu mesmo em golo, quando, aos 24 minutos, Pedro Gonçalves aproveitou o cruzamento de Francisco Trincão para cabecear para o fundo das redes.
Já depois de algumas investidas de parte a parte, na segunda parte, foi preciso esperar pelos últimos 20 minutos para que chegassem mais golos, sendo que, antes disso, Mamadou Loum agradeceu à intervenção do videoárbitro para anular um autogolo, sensivelmente à hora de jogo, devido a um fora de jogo de Nuno Santos.
O mesmo VAR levou João Pinheiro a conceder uma grande penalidade para o Sporting e, aos 73 minutos, Viktor Gyokeres não vacilou na hora de chegar ao oitavo golo na I Liga, antecedendo a entrada em cena do outro protagonista do ataque, fruto do golo sentenciador apontado por Francisco Trincão (80'). Tridente goleador, leão avassalador.
Com um impressionante registo de 19 golos marcados e dois sofridos, o Sporting segue imparável na liderança do campeonato, com 15 pontos em 15 possíveis, aguardando agora pelo que irão fazer os rivais FC Porto e Benfica, para além de outros clubes em destaque nos lugares cimeiros da classificação. Tudo isto antes do virar de atenções para o duelo frente ao Lille, em Alvalade, na Liga dos Campeões, já esta quinta-feira. Em sentido inverso, o Arouca segue apenas com três pontos, imediatamente acima da linha de água.
Vamos então às notas da partida:
Figura
Francisco Trincão nem é o elemento do tridente goleador com melhor registo no plantel do Sporting, mas a verdade é que a abertura e o fecho do triunfo leonino passou precisamente por si. O internacional português fez a assistência para o golo inaugural de Pedro Gonçalves e sentenciou as dúvidas, à entrada para os últimos dez minutos, com o 0-3 final. Para além disso, o avançado luso acabou o jogo quase sem falhar um passe, tendo sido substituído por Marcus Edwards logo após o regresso aos golos.
Surpresa
Zeno Debast superou as críticas em torno da sua prestação ao serviço da seleção da Bélgica, diante de França, com uma exibição consistente no regresso ao trio de centrais. Numa clara mensagem de confiança por parte de Rúben Amorim, o defesa que chegou a Alvalade no mercado de verão não perdeu a oportunidade para provar que é uma opção bastante válida para o treinador, destacando-se sobretudo com uma elevada precisão de passe, para além da solidez que demonstrou face às investidas ofensivas dos arouquenses.
Desilusão
Mamadou Loum chegou ao Arouca com 'selo' de reforço sonante, mas ficou longe de protagonizar uma boa exibição na estreia pela sua nova equipa. O ex-FC Porto entrou diretamente no onze de Gonzalo García e, embora não tenha falhado no capítulo do passe, perdeu todos os duelos e só não viu um autogolo caricato 'manchar' o seu registo porque o VAR detetou um fora de jogo de Nuno Santos na jogada.
Treinadores
Gonzalo García promoveu cinco alterações no onze ao substituir Weverson, Matías Rocha, Sylla, Cristo González e Henrique Araújo por José Fontán, Loum, Dante, Ivo Rodrigues e Marozau, tendo mostrado autoridade no arranque do primeiro e segundo tempos, mas praticamente ficou-se por aí. Os arouquenses tiveram muitas dificuldades em anular o domínio do Sporting e nem a dupla alteração ao intervalo (entrada de Sylla e Treza para o ataque) foram suficientes para assustar verdadeiramente a baliza defendida por Franco Israel.
Rúben Amorim também mexeu em cinco peças do xadrez verde e branco, ainda que sem recorrer ao 'modo poupança' antes da Liga dos Campeões, com as entradas de Franco Israel, Matheus Reis, Zeno Debast, Nuno Santos e Daniel Bragança para os lugares de Vladan Kovacevic, Ousmane Diomande, Eduardo Quaresma, Geny Catamo e Hidemasa Morita. Como tem sido apanágio, a sua equipa imperou praticamente do início ao fim e os números traduzem isso mesmo, num jogo em que as substituições (estratégicas) ficaram guardadas para depois do segundo golo.
Árbitro
João Pinheiro não teve uma noite propriamente fácil em Arouca. Se é verdade que a primeira parte decorreu sem casos polémicos, o mesmo não se pode dizer da segunda, em que foi alertado pelo VAR em duas ocasiões. Primeiro, com muita espera pelo meio, anulou o autogolo de Loum por fora de jogo de Nuno Santos, sendo que, mais tarde, foi chamado para ver as imagens de uma alegada mão na bola de Fukui na grande área, traduzindo-se na correção da decisão para conceder uma grande penalidade (não muito consensual).
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