Em busca da nona vitória consecutiva (a segunda na Liga dos Campeões), o Sporting não foi além de um empate frente ao PSV (1-1), em Eindhoven, esta terça-feira, num jogo em que tanto escorregão - fruto das várias quedas dos jogadores do emblema de Alvalade - baralhou a vida milionária da equipa de Rúben Amorim.
A primeira parte foi algo estranha. Os leões nunca conseguiram ser verdadeiramente leões, enquanto os neerlandeses, sem um ataque propriamente avassalador, foram para o intervalo em vantagem e com o aparente controlo da partida. O golo inaugural, esse, nasceu de um belo remate de fora da área de Jardy Schouten, aos 15 minutos, bem antes da saída 'forçada' de Ousmane Diomande para dar lugar a Eduardo Quaresma - e a lesão parece ser preocupante.
Já no segundo tempo, o Sporting começou a reagir, sobretudo com a troca de Geny Catamo por Daniel Bragança, que surtiu efeitos claros na estratégia de passar a ter mais bola e visar a baliza adversária com mais critério. Aliás, as entradas frescas de Harder e Maxi Araújo, nos últimos dez minutos vieram a comprovar isso mesmo, na busca do tão desejado empate, que só não surgiu pouco antes porque, na cara de Benítez, Eduardo Quaresma foi a maior das 'vítimas' das escorregadelas em campo.
Johan Bakayoko desperdiçou a oportunidade de 'matar' o jogo e quem aproveitou foi Daniel Bragança, a aproveitar o passe açucarado de Maxi Araújo, num lance construído entre recém-entrados, para empatar a partida, com toda a classe com que já habituou os adeptos do Sporting, valendo a conquista de um importante ponto que evita um fosso ainda maior entre Países Baixos e Portugal na luta pelo sexto lugar do ranking da UEFA.
Com este resultado, o Sporting passa a somar quatro pontos na partilha do quarto lugar, com Manchester City, Inter e Sparta Praga, enquanto o PSV encontra-se na 20.ª posição, com um ponto, à semelhança de Bologna, Atalanta, Shakhtar Donetsk e Estugarda.
Vamos então às notas da partida:
Figura
Daniel Bragança entrou para decidir. Não só marcou aquele que foi o golo que salvou o Sporting da derrota, como a sua equipa passou a ter mais bola e mais atrevimento na hora de visar a baliza contrária. A diferença do jogo ofensivo dos leões ficou bem à vista a partir do minuto 52, sendo que o médio revelou ser muito criterioso nos passes e, apesar de alguns duelos perdidos, foi crucial para dar o 'clique' na reação do Sporting
Surpresa
Jerdy Schouten foi uma agradável surpresa para os adeptos do Ajax e não tanto para os do Sporting. Naquela que foi a sua estreia a marcar na Liga dos Campeões, o médio de 27 anos brilhou com um remate de fora da área que só parou no fundo das redes da baliza de Franco Israel, para além de tudo o que fez ao longo dos 90 minutos, com poucas perdas de bola e uma eficiência de passe notável.
Desilusão
Geny Catamo esteve um pouco longe do nível a que já habituou a massa associativa leonina. Sem grande espaço no ataque, o moçambicano foi uma das vítimas dos vários escorregões em campo e perdeu algumas bolas que foram 'aniquilando' as esperanças ofensivas dos restantes companheiros no ataque. Não foi, por isso, de admirar a sua substituição aos 52 minutos, sobretudo face ao contexto da partida.
Treinadores
Peter Bosz terá surpreendido, de certa forma, a equipa de Rúben Amorim, apresentando-se em larga parte da partida sempre em busca do golo, mesmo depois de ter visto a sua equipa em vantagem logo a partir dos 15 minutos. As substituições começaram a surgir estrategicamente pouco depois da hora de jogo, quando os leões já estavam mais atrevidos no ataque, mas não foram suficientes para evitar o tento da igualdade.
Rúben Amorim confessou que houve várias falhas durante a partida, bem para além das constantes quedas em campo (para as quais não arranjou propriamente uma justificação), sobretudo na primeira parte. As mexidas no segundo tempo deram outro nível de frescura ao ataque leonino, que não só chegou ao empate, como ainda ameaçou a reviravolta, apesar de um susto aqui ou ali junto da baliza de Franco Israel.
Árbitro
Marco Guida protagonizou uma arbitragem aparentemente segura, mas terá errado na avaliação de um lance flagrante aos 68 minutos, quanto Tillman tentou evitar que Francisco Trincão fizesse o empate, uma vez que o seu corte fora da área, com um toque no português, passou a ser suscetível de segundo amarelo e consequente expulsão
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