Análise: "Foi um jogo difícil, como tínhamos perspetivado. Na primeira parte, podíamos ter sentenciado praticamente o jogo. Tivemos quatro ou cinco ocasiões claras para fazer golo. Fizemos a acabar a primeira parte, onde o resultado peca por ser escasso. Na segunda, o Sporting de Braga entra e, num bom remate, faz o empate. Reagimos de forma contundente, e, com o 2-1, pômo-nos por cima. Nos últimos 20 minutos, é de uma equipa que construiu, que conquistou, que trabalhou, que nos obrigou a ir ao limite. Defendemos o que tínhamos conquistado. Eu também não quero que a equipa se encoste atrás e coloque o bloco em cima da baliza, mas, às vezes, os momentos pedem isso. Não há equipas vencedoras que não se unam em momentos difíceis e tenham este compromisso. Os jogadores começaram bem, os que entraram também, comprometidos com a equipa, fiquei muito agradado. Sofremos um pouquinho no fim, sem ocasiões claras do Sporting de Braga, mas com algumas bolas a passar perto da nossa baliza. Conquistámos os três pontos, que era o que queríamos, vamos para a pausa descansar em cima de sete vitórias, para recarregar baterias e atacar as semanas que aí vêm."
Repetiu o onze inicial: "As mensagens que passo são facilmente decifráveis. Não mando mensagens por determinado tipo de comportamento. Falo caro a cara e digo o que tenho a dizer. Às vezes, pensamos que é fácil dar estabilidade a uma equipa que é nova, mas não é. É preciso construir tudo de forma segura, forte, com pilares bem assentes. Fizemos seis jogos praticamente com a mesma linha defensiva, porque é preciso passar alguns conceitos, correndo alguns riscos. Fazemos questão de fazer os jogadores vivenciar isso, porque é a única forma de adquirir rotinas e ganhar comportamentos que queremos. A equipa precisa de descansar, de fazer um interregno e olhar para o que aí vem. Temos muita coisa ganhar pela frente, há muito que queremos ainda conquistar, há um jogo de Taça de Portugal para o qual vamos olhar com os olhos certos. Era importante encerrar este ciclo com uma vitória, ao contrário do que aconteceu no último. É importante que eles percebam que não é fácil derrotar quem nunca se rende, e eles nunca se rendem."
Muitas conversas com Fábio Vieira: "Era quem estava ali mais perto, e, às vezes, é um uma ponte para fazer passar mensagens aos outros colegas."
Apanha-bolas foi importante: "Uma grande vantagem. É importante que quem está ao lado perceba e faça leituras diretas do que o jogo está a pedir. São meninos muito capazes, inteligentes. Se calhar, também estamos com mais três pontos graças a ele. Terá o tributo que merece ter."
Jogadores pediram apoio aos adeptos: "Assenta tudo numa lógica de reciprocidade. É importante que nos casemos e percebamos que há momentos no jogo em que precisamos do apoio de fora, mesmo quando as coisas não estão bem. Percebo a impaciência dos adeptos. Eu, às vezes, também fico impaciente no banco. São 50 mil pessoas que têm um peso muito grande sobre os jogadores que estão em campo. Às vezes, é preciso uma voz de incentivo para que os jogadores serenem e percebam o que o jogo está a pedir. O plantel é jovem, tem alguma imaturidade, e vai ganhando maturidade à medida que os jogos vão acontecendo. O espaço para errar é muito curto, temos de andar muito próximo da perfeição. Estou muito orgulhoso daquilo que eles fazem, enchem-me a alma. Merecem aquilo que conquistaram."
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