Carlos Queiroz concedeu, na terça-feira, uma extensa entrevista ao jornal espanhol AS, na qual falou, entre outros temas, sobre Cristiano Ronaldo, elogiando ambição que o jogador do Al Nassr ainda tem aos 39 anos. Queiroz, que foi selecionador nacional entre 2008 e 2010, disse acreditar que o capitão da equipa das quinas vai chegar aos 1.000 golos na carreira
"É típico de um bom jogador. Este tipo de jogadores, em qualquer parte do jogo, mesmo que seja num desporto diferente, tem enormes desafios. É exatamente isso que os faz e os mantém vivos. Não é pelo dinheiro, não é pelos troféus. É por si próprio. É uma competição contra si próprio. Para ele, marcar um golo é absolutamente normal. São grandes estrelas e fazem com que tudo seja normal, quando não o é", começou por dizer Queiroz.
O antigo selecionador nacional falou ainda sobre João Félix, considerando que o ex-Benfica tem tudo para chegar ao topo.
"126 milhões de euros? Bem, esse é o mercado, que hoje é um mundo à parte. Nós, treinadores, graças a Deus, estamos fora do mercado. Tem a ver com a dimensão dos economistas, da gestão. Se se paga 127, 17 ou 38, isso é uma questão para os economistas e para os gestores decidirem. Acho que o João, que é um excelente jogador, um jogador fantástico, só precisa, se calhar como o Mbappé, de encontrar o seu melhor lugar", apontou.
O técnico de 71 anos foi também questionado sobre a falta de jogadores portugueses na lista de nomeados para a Bola de Ouro, onde estavam apenas Vitinha e Rúben Dias.
"Portugal não está em crise de talento. São circunstâncias. E houve alturas em que tivemos muitos. Outras vezes os espanhóis tinham mais, outras vezes menos. Penso que isto faz parte da competitividade e das flutuações do sucesso. Não há nenhuma garantia, nunca em nenhum país e nacionalidade vai ser uma garantia para manter essas posições. Melhor para o futebol. Agora, obviamente que, à sua maneira, é importante ter o Rúben Días ou o Vitinha, porque às vezes ter só o Cristiano Ronaldo e não ter ninguém por trás também não é bom. Isso dá uma dimensão de que o futebol português continua a trabalhar, a preparar gerações continuamente", ressaltou Queiroz.
"Os resultados falam por si. Repare, houve uma altura em que nem sequer tínhamos jogadores suficientes na seleção portuguesa para cobrir todas as posições ao mais alto nível. Hoje temos duas seleções nacionais. Portugal tem agora duas equipas que podem competir. E isso é fantástico, porque quando nos comparamos com a Espanha, o número de jogadores que temos é pequeno. Portanto, isto fala de qualidade, de talento, e certamente na próxima fase teremos mais jogadores candidatos à Bola de Ouro", finalizou.
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