Aymeric Laporte foi o convidado especial da edição desta terça-feira do programa 'Rothen s'enflamme', da RMC Sport. Um dos temas da conversa foi a sobrecarga de jogos a que os jogadores estarão sujeitos esta temporada, com companheiro de Cristiano Ronaldo no Al Nassr a colocar em cima da mesa uma greve para impedir esta intensidade.
"A verdade é que estamos a falar muito sobre isso, cada vez mais. É verdade que o ritmo está alto demais, há partidas demais. Além disso, com os jogadores a participar na Liga dos Campeões, temos mais dois jogos em caso de playoffs. Na seleção, a Liga das Nações foi adicionada, juntamente com o Mundial de Clubes. O ritmo é demasiado elevado, há muitas, muitas partidas", afirmou o central.
"Greve? Na verdade, é a única solução que vemos para colocar um ponto final nisto. Todos os anos é cada vez pior, por isso é um pouco complicado para os jogadores. Temos visto que muitos jogadores espanhóis não têm comparecido devido a problemas físicos. Quando se avisa alguém, depois não se deve ficar surpreendido. Penso que o futebol foi concebido mais para o aspeto financeiro do que para cuidar dos jogadores. É preciso pensar nos jogadores, sobretudo quem quer ver os grandes jogadores em campo. Os grandes jogadores querem jogar todos os jogos, mesmo os mais pequenos, mas há 70 ou 80 jogos num ano, o que é insuportável", prosseguiu Laporte.
Na mesma conversa, o internacional espanhol deixou ainda algumas críticas a Luis Enrique, atual treinador do Paris Saint-Germain que o orientou na La Roja.
"Com Luis Enrique, era um esquema tático fixo e não tínhamos muita liberdade. Agora temos um pouco mais de flexibilidade, podemos tomar as nossas próprias decisões, escolher o que fazer e quando. No que diz respeito ao jogo, tínhamos instruções das quais não nos podíamos desviar muito. Vou dar-vos um exemplo… aos 90 minutos, não podíamos limpar a bola, tínhamos de jogar a bola por trás. Queríamos ganhar tempo e não perder, mas as instruções foram dadas e ele não quis mexer-se", finalizou.
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