"A nível individual, tem sido bom aparecer nos holofotes. É a primeira vez que estou a começar uma época [como titular]. Em 2023/24, estive os primeiros seis meses no banco e contentava-me por só entrar a cinco, 10 ou 15 minutos do fim. Depois, quando comecei finalmente a jogar, torci um tornozelo e tive de ficar de fora seis ou sete semanas. Foi um período complicado", lembrou à agência Lusa o ponta de lança, de 27 anos.
Contratado em janeiro de 2023 ao Lierse, do escalão secundário belga, Leonardo Rocha recuperou o estatuto de titular perdido na temporada passada, quando o Radomiak Radom mudou de comando técnico por três vezes e contratou Bruno Baltazar a uma jornada do fim da Ekstraklasa.
"Tenho uma muito boa relação com o treinador. Conversámos bastante desde o início da pré-época e ele passou-me sempre muita confiança, dizendo que contava comigo e que nos ajudaríamos um ao outro. Isso conta imenso para que eu tenha conseguido começar a temporada desta maneira", notou.
Leonardo Rocha é o português com mais golos em campeonatos estrangeiros, mas preocupa-se mais em elevar a competitividade do Radomiak Radom, que regressou à elite polaca em 2021/22 e ocupa a 15.ª posição, primeira acima da zona de descida, com os mesmos nove pontos do Lechia Gdansk, 16.º e antepenúltimo, mas menos um jogo.
"Temos um bom grupo, mas sentimos algumas dificuldades no início e algumas lesões têm atrapalhado. Pensamos que podemos fazer algo mais do que apenas visar a manutenção. Estamos na parte de baixo [da classificação] e temos de começar a ganhar pontos", apontou, admitindo que bater o recorde pessoal de 16 tentos anotados pelo Lommel, na II Divisão da Bélgica, em 2018/19, é "algo tentador, mas não passa muito pela cabeça".
Além do avançado nascido em Almada e da equipa técnica liderada por Bruno Baltazar, o Radomiak Radom reúne Paulo Henrique, Bruno Jordão e Francisco Ramos no plantel, cujo contingente lusófono é acentuado por cinco brasileiros, um angolano e um cabo-verdiano.
"É claro que nos sentimos em casa, porque falamos em inglês ou português no balneário. Falamos mais português do que polaco, o que é muito bom para quem vem. A adaptação torna-se bem mais fácil, porque a comunicação é facílima e estamos todos juntos", avaliou.
O Radomiak Radom tem a maior representação lusa na Ekstraklasa, seguido do campeão Jagiellonia Bialystok, com três jogadores, enquanto o líder isolado Lech Poznan, o Legia Varsóvia, orientado por Gonçalo Feio, e o Widzew Lódz somam dois cada, com Pogon Szczecin, Piast Gliwice, Zaglebie Lubin e Korona Kielce a terem casos isolados.
"Antes de vir para cá, não imaginava encontrar tantos portugueses e espanhóis. Acho que é um mercado que os polacos gostam de trabalhar, até porque quem chega oriundo da I e II Ligas portuguesas tem tido muito sucesso e agrega bastante valor", explicou.
Desejoso de voltar no futuro a Portugal, onde evoluiu pela última vez na equipa de sub-19 do Amora, em 2014/15, antes de passar por nove emblemas de cinco países distintos, Leonardo Rocha compara o seu atual patamar competitivo à segunda divisão inglesa.
"É um futebol intenso, com muito contacto físico e bola na área. As equipas gostam de fazer cruzamentos e de explorar os lances de bola parada", caracterizou, em alusão ao escalão principal da Polónia, cuja seleção recebe Portugal no sábado, em Varsóvia, na terceira de seis jornadas do Grupo A1 da Liga das Nações.
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