António Oliveira, treinador português que deixou o Corinthians em julho deste ano, concedeu, esta terça-feira, uma extensa entrevista ao portal brasileiro UOL Esporte, na qual confirmou que rejeitou algumas ofertas esta temporada para regressar ao ativo.
"Não saí magoado com o presidente Augusto Melo. Ele fez o seu trabalho. Numa situação difícil que a equipa atravessava ele teve que salvar a pele dele. E quem é que paga? O treinador. Mas não aponto o dedo, ele fez o seu trabalho. Não estou magoado com o presidente, ele fez o que tinha a fazer. Isto vai bater sempre no ponto mais frágil, que é o treinador. E ele tem que se salvaram senão vão bater nele. Bom presidente é aquele que tem as suas ideias e convicções e vai com elas até ao fim. Um presidente não pode tomar decisões em função da pressão externa e eu não estou a dizer que houve ou não. O que ele fez foi para salvar a pele dele e é nessas alturas que temos de ser mais firmes", começou por dizer António Oliveira.
"Estou no Brasil por iniciativa própria, não estou a trabalhar porque não quero. Estou sem trabalho porque quero, já tive situações de Série A, de Série B, de equipas que estão a disputar a Liga dos Campeões, do Médio Oriente... Quero começar um projeto do zero, porque o sucesso de uma época depende muito da escolha dos seus jogadores, quero estabelecer-me numa equipa com uma identidade muito própria, que goste de ter a bola, uma equipa ofensiva, que me permita colocar em prática tudo aquilo que tenho como proposta. E isso muitas vezes não se consegue fazer com o comboio em andamento. Foi uma decisão minha começar do zero. Vamos aguardar", prosseguiu.
António Oliveira falou ainda sobre um potencial regresso ao Cuiabá.
"O Cuiabá vai estar sempre de portas abertas para me receber. O meu legado foi deixado, a história está escrita e agora vai ser escrita noutro lugar. A torcida e a cidade sabem o carinho que tenho por eles. O que aconteceu o ano passado dificilmente voltará a acontecer, a não ser que haja um investimento de um árabe. O treinador ser eleito o melhor do mês em julho no Brasileirão isso não vai voltar a acontecer. Nem vai acontecer em seis jogos ganhar cinco e empatar um. Isso não foi sorte, foi mérito daquela equipa, sempre muito comprometida", finalizou.
Leia Também: António Oliveira recusa APOEL e continua com o futuro em aberto