"Vamos examinar todos os relatórios oficiais, reunir provas disponíveis, analisá-las e avaliar qualquer ação apropriada de acordo com o quadro regulamentar", anunciou a instituição que dirige o futebol europeu.
Depois da detenção de pelo menos 62 pessoas pelos acidentes, dos quais terão resultado 10 feridos, o organismo espera que as autoridades competentes possam "identificar todos os responsáveis por tais ações".
Antes do desafio, centenas de adeptos do Maccabi reuniram-se numa praça de Amesterdão, dirigindo-se posteriormente para a Arena Johan Cruijff: circulam imagens nas redes sociais de vários seguidores a trepar a casas para arrancar bandeiras da Palestina, cânticos islamofóbicos nos transportes públicos e assédio a taxistas árabe.
Paralelamente, realizou-se uma manifestação, autorizada pela autarquia, contra o que classificam de genocídio de Israel em Gaza, a cerca de um quilómetro do estádio: alguns elementos tentaram dirigir-se para o recinto, contudo foram travados pelas autoridades, acabando por ripostar com pirotecnia que provocou "danos auditivos" a um dos agentes, segundo a polícia.
Vídeos nas redes sociais mostram ainda o desrespeito dos adeptos israelitas pelo minuto de silêncio prévio ao jogo, em homenagem das vítimas das cheias em Espanha, sobretudo na região de Valência, com estes a entoar cânticos antiárabes.
No fim da partida, há imagens de adeptos do Maccabi dispersos a serem atacados, em alguns casos por homens encapuçados.
A polícia neerlandesa está a compilar a informação sobre o contexto anterior e posterior ao desafio em que o Ajax goleou o Maccabi Tel Aviv por 5-0, na Liga Europa.
Entretanto, o governo israelita classificou o incidente de "muito violento", considerando que os seus compatriotas foram "emboscados e atacados", anunciando o envio de dois aviões de "resgate" para os retirar dos Países Baixos.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse estar "indignada com os ataques vis contra os cidadãos israelitas" em Amesterdão, enquanto o líder do Conselho Europeu, Charles Michel, em vésperas de passar a pasta a António Costa, condenou "veementemente os ataques absolutamente repreensíveis".