O Benfica não se deixou afetar pelos esforços extra a que foi submetido, a meio da semana, para bater o Monaco, por 2-3, e somou, este domingo, aquele que foi o quarto triunfo consecutivo, desta feita, na visita ao Arouca, por 0-2.
Um jogo, ainda assim, complicado para os encarnados, de tal maneira, que a primeira oportunidade digna desse nome pertenceu aos homens da casa. Mais concretamente, a Alfonso Trezza, que, ao décimo minuto, se isolou e ensaiou um 'chapéu', que, no entanto, Anatoliy Trubin conseguiu negar.
Os forasteiros responderam de imediato a este sobressalto, e, aos 12 minutos, colocaram-se em vantagem, por intermédio de... José Fontán, que, na tentativa de impedir que um cruzamento de Kerem Akturkoglou chegasse a Vangelis Pavlidis, colocou a bola na própria baliza.
Até ao apito para o intervalo, duas 'obras de arte' ficaram pelo caminho. Primeiro, Jason Remeseiro, do 'meio da rua', acertou em cheio no poste, e, depois, Ángel di María, com um remate colocado, viu Nico Mantl 'voar' e desviar para canto.
Na segunda parte, a pressão aveirense intensificou-se, e as oportunidades surgiram em catadupa. Aos 60 minutos, Nico Mantl voltou a dizer 'presente', desta feita, perante Vangelis Pavlidis, e, aos 62, foi Anatoliy Trubin a travar uma tentativa de Jason Remeseiro.
Aos 70 minutos, as águias puderam, finalmente, 'suspirar de alívio'. Nico Mantl defendeu um remate de Vangelis Pavlidis, mas, na recarga, derrubou Leandro Barreiro, provocando uma grande penalidade que Ángel di María converteu para selar o resultado final.
Feitas as contas, com este triunfo, o Benfica passa a somar 28 pontos e ascende à segunda posição da I Liga, a cinco pontos do líder, o Sporting, que tem mais um jogo realizado. Já o Arouca, partilha o último lugar da tabela com o Farense, com oito pontos.
Figura
Mais um grande jogo de Tomás Araújo, que esteve bem a defender, mas, particularmente, com a bola nos pés. Perante um Arouca bem posicionado, soube fazer com que a equipa progredisse, ora em posse, ora em passes frontais, que ajudaram a aliviar a pressão.
Surpresa
À imagem do que aconteceu a meio da semana, perante o Monaco, Leandro Barreiro voltou a entrar bem no jogo, desta feita, para substituir Orkun Kokçu, aos 62 minutos. Deu outra segurança ao meio-campo do Benfica e ainda conquistou uma grande penalidade.
Desilusão
Vangelis Pavlidis tarda a justificar os 18 milhões de euros que o Benfica investiu para o levar do AZ Alkmaar, no passado verão. O internacional grego dispôs de oportunidades de sobra para tranquilizar os companheiros de equipa, mas os falhanços sucessivos mantiveram o jogo aberto até bem perto do final.
Treinadores
Vasco Seabra: O Arouca foi a jogo com uma postura ousada, tão ousada, que o golo que quebrou a sua resistência surgiu num contra-ataque do Benfica. Jason Remeseiro e Alfonso Trezza foram duas 'setas' apontadas à baliza encarnado, e até dispuseram de oportunidades para marcar.
Bruno Lage: O Benfica venceu, é verdade, mas esteve longe de convencer. A equipa nunca se sentiu confortável perante um Arouca sem medo de atacar, e, por vezes, chegou mesmo a parecer demasiado permeável às investidas adversárias, que podiam ter custado caro.
Árbitro
Jogo algo acidentado, que obrigou Luís Godinho a gerir 'com pinças' o capítulo disciplinar. Do ponto de vista técnico, urge o Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol explicar, ao certo, o que se passa com o VAR. Depois do descalabro registado na véspera, no Sporting-Santa Clara, fica, uma vez mais, por perceber como é que o árbitro principal não é, pelo menos, chamado a rever um lance como aquele em que Nicolás Otamendi derruba Ivo Rodrigues na grande área do Benfica, ainda na primeira parte.
Leia Também: José Fontán marca na baliza errada e desbloqueia o Arouca-Benfica