"Fica evidente que quem venceu foi o Boavista. Isto não é sobre mim, mas do significado que esta presença dos boavisteiros teve num momento tão conturbado. Tinha pedido aos sócios para estarem presentes e demonstrarem o seu compromisso com o clube e isso ficou evidente, não só na presença, como na votação massiva na minha candidatura, o que traduz uma vontade clara neste projeto", observou, em declarações aos jornalistas.
De acordo com os resultados anunciados pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG) do Boavista, Manuel Tavares Rijo, a candidatura encabeçada pelo advogado Rui Garrido Pereira somou 1.114 votos (79,5%), contra 270 (19,3%) do gestor Filipe Miranda.
Houve também oito votos em branco e nove nulos, perante uma afluência de 1.401 associados no ato eleitoral, que começou às 10:00 e prolongou-se até às 20:00, duas horas depois da hora prevista para o fecho das urnas, no Estádio do Bessa, no Porto.
"O Filipe e a sua lista foram muito corajosos na forma como se candidataram, mas estas eleições acabaram e, a partir de agora, espero que haja uma união em volta do supremo interesse do clube. Havia muita gente a pensar que o Boavista ia acabar, mas essa ideia foi manifestamente exagerada, pois houve uma prova de vitalidade evidente dada pelos sócios. Esta é a nossa prova de vida. A reconstrução do Boavista começa já", salientou.
Rui Garrido Pereira, de 49 anos, vai ser acompanhado pelo presidente-adjunto Reinaldo Ferreira, os 'vices' Pedro Almeida, Hélder Soares, Manuel Leite e Nuno Almeida e o tesoureiro Carlos Vieira, enquanto Miguel Lixa Barbosa e Rui Martins foram eleitos pela mesma candidatura para as lideranças da MAG e do Conselho Fiscal e Disciplinar, respetivamente.
O advogado rende o homólogo Vítor Murta, que não se recandidatou e está de saída do clube ao fim de seis anos e dois mandatos, por entre uma passagem pela liderança da SAD (2020-2024), gestora do futebol profissional do 18.º e último classificado da I Liga.
"O meu avô faria hoje 100 anos. Foi jogador [do Boavista], começou toda esta história e motivou a minha candidatura. Eu fiz um caminho sozinho até meados de julho. Depois, encontrei o Reinaldo Ferreira, que foi determinante para o desenvolvimento do projeto. Juntámos uma equipa muito coriácea e unida e fizemos o nosso caminho, do qual estou tremendamente orgulhoso. Agora, vêm aí um trajeto duro e desafios complexos", notou.
Ainda antes da divulgação dos resultados oficiais, Garrido Pereira recebeu os parabéns de Filipe Miranda, que se mostrou conformado com o desnível de votos entre as duas listas.
"Enalteço a vitalidade que ficou demonstrada do quarto 'grande' de Portugal. Mostrámos que estamos vivos e o futuro a Deus pertence. Espero que, em breve, tudo aquilo que foi falado e prometido passe aos atos. Se o Boavista precisar de mim, vou continuar aqui", apontou o gestor, antigo guarda-redes e atual diretor desportivo do futsal 'axadrezado'.
A tomada de posse dos novos órgãos sociais do Boavista ainda não está marcada, mas deve acontecer nos 30 dias seguintes à proclamação definitiva dos resultados, tal como determinam os estatutos do clube, que também acautelam um prazo de três dias após o encerramento do escrutínio para a eventual apresentação junto do ainda presidente da MAG, Manuel Tavares Rijo, de recursos com fundamento em irregularidades eleitorais.
"Ainda vou ter uma conversa com o presidente da MAG [acerca da data da posse]. Nesta altura, importa registar esta vitória e a força que ficou clara. Há um rosto de esperança e compromisso nos boavisteiros, mas de muita responsabilidade", admitiu Garrido Pereira, enquanto Tavares Rijo garantiu que tentará agendar essa sessão o mais breve possível.
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