À margem do velório do antigo líder portista, que morreu na noite de sábado, aos 87 anos, o dirigente do emblema famalicense destacou a sua capacidade de luta intransigente pelos desígnios dos 'azuis e brancos'.
"Fica uma inteligência, uma astúcia, mas acima de tudo uma grande lição na capacidade de lutar sem qualquer reserva. Para ele, o FC Porto estava acima de tudo e de todos. A capacidade de puxar, sem reservas, pela sua instituição é algo que nós, portugueses, devemos ter como referência", explicou, em declarações aos jornalistas, à entrada da Igreja das Antas, onde decorrem as cerimónias fúnebres.
Apesar de defenderem emblemas diferentes, Miguel Ribeiro salientou também que Pinto da Costa nunca deixou de fomentar uma boa relação com os seus pares.
"Pinto da Costa foi uma referência para todos, uma figura ímpar no nosso futebol. É um dia de pesar, de respeito, de lembrar o que foi Pinto da Costa para o futebol português e para nós todos. Foi alguém próximo dos clubes, dos dirigentes, com quem tínhamos uma boa relação. É um dia de luto, mas também de realçar a personalidade que foi", reiterou.
Por fim, recordou também o contacto pessoal que tinha com o ex-dirigente, reconhecendo-lhe "lealdade e dignidade".
"Tínhamos uma boa relação pessoal e sabíamos à partida que seria sempre difícil, porque cada um defendia a sua casa. Era fácil pela lealdade e dignidade. Ele defendia o FC Porto como ninguém. É uma lição para nós todos, a capacidade para defender uma instituição como ele o fazia. Se todos tivermos essa força nas instituições ou clubes que dirigimos, fizermos a defesa dos nossos clubes como ele fez, vamos ter um sucesso", concluiu.
O ex-presidente do FC Porto, clube no qual se estabeleceu como dirigente mais titulado e antigo do futebol mundial, entre 1982 e 2024, morreu no sábado, aos 87 anos, vítima de cancro.
Pinto da Costa tinha sido diagnosticado com um cancro na próstata em setembro de 2021 e agravou o seu estado de saúde nas últimas semanas, menos de um ano depois da derrota para a presidência do clube, frente a André Villas-Boas.
Empossado pela primeira vez em 23 de abril de 1982, seis dias depois de ter sido eleito, sem oposição, como sucessor de Américo de Sá, o ex-dirigente exerceu funções durante 42 anos e 15 mandatos consecutivos, levando o FC Porto à conquista de 2.591 títulos em 21 modalidades - 69 dos quais no futebol sénior masculino, incluindo sete internacionais.
O funeral do antigo dirigente 'azul e branco' vai realizar-se na segunda-feira, pelas 11:00, e as cerimónias fúnebres iniciaram-se às 18:00 de hoje, com o velório na Igreja das Antas. A Câmara Municipal do Porto decretou luto municipal para segunda-feira.
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