Embora Luís Freire possa ser opção para cumprir esse "trabalho em profundidade, com estabilidade", o sócio número 586 assume que há um outro nome pensado para um cargo em que o modelo é o escocês Alex Ferguson, técnico que orientou o Manchester United entre 1986/87 e 2012/13, sem títulos nas primeiras três épocas, antes de vencer a Liga inglesa por 11 vezes.
"A grande medida é o treinador de projeto. (...) Terá uma administração que saberá protegê--lo se as coisas começarem por correr mal, antes de correrem bem. É preciso encontrar uma pessoa que compreenda o Vitória, disponível para estar cá alguns anos. Não é fácil encontrar um treinador com essas características, mas existe. Tenho um treinador em vista", promete o candidato às eleições de sábado.
Disposto a contar com um treinador com "influência decisiva" nas escolhas das equipas técnicas das equipas B, sub-19 e sub-17, Luís Cirilo Carvalho assume que, em caso de vitória eleitoral, vai falar antes com o presente 'timoneiro', Luís Freire, para perceber se tem as características que ambiciona.
"Depois de ser eleito, como espero, terei a oportunidade de conversar com o Luís Freire detalhadamente e de perceber se ele é ou não a pessoa com essas características. Se não for, tenho outro treinador em vista. A prioridade será dada ao Luís Freire", acrescenta.
O candidato de 65 anos crê também que a contratação de "um diretor desportivo atualizado no futebol nacional e internacional" é "uma necessidade" e dá a entender que o detentor do cargo, o ex-jogador Rogério Matias, vai sair se vencer o escrutínio em que concorre com o presidente em exercício, António Miguel Cardoso.
Crítico da "instabilidade desportiva" da época em curso, a seu ver refletida nos três treinadores -- Rui Borges e Daniel Sousa, além de Luís Freire --, Luís Cirilo repudia ainda as sete saídas no 'mercado de inverno', nomeadamente a de Kaio César, para os sauditas do Al Hilal, por nove milhões de euros (ME), e promete fixar um limite de "dois jogadores decisivos" a transferir em cada 'mercado'.
"Vender um ou dois é aceitável. Mais do que isso não, a não ser que a direção do Vitória venda os dois jogadores e, a seguir, apareça alguém a pagar a cláusula de rescisão de um terceiro. Já não podemos fazer nada. Por decisão, nunca mais do que um ou dois", afirma.
O antigo vice-presidente vitoriano, em 2012, numa das direções lideradas por Júlio Mendes, diz que não festeja "nem quintos, nem sextos lugares" no campeonato, as classificações dos minhotos sob a liderança de António Miguel Cardoso, e promete colocar o emblema de Guimarães na luta pelo quarto lugar a partir da próxima época, com o apoio de um investidor.
"Na formação do plantel para a próxima época, far-se-á sentir esse efeito positivo do investimento na qualidade do plantel. Teremos condições para, na próxima época, disputar o quarto lugar de forma consistente. Não significa ganhá-lo, mas vamos disputá-lo, coisa que não temos feito de há muitos anos a esta parte", perspetiva.
Disposto a ceder até 40% do capital social da SAD à entidade parceira, Luís Cirilo Carvalho afirma que há interesse de dois grupos portugueses e de um inglês, ligados a fundos de investimento, em investirem no Vitória, mas admite conversar antes com o V Sports, fundo que detém 29% das ações dos vitorianos.
"Se quiser ser um investidor dentro do quadro que entendemos como necessário, o V Sports terá preferência e seguiremos com eles. Senão o grupo investidor terá de negociar com o V Sports a compra das ações que tem, além de comprar ao Vitória o remanescente", esclarece.
O candidato da lista A realça que o investidor vai ter "uma palavra importante na questão dos passes partilhados", no acesso a "jogadores de um patamar superior" ou na escolha do diretor desportivo, numa SAD em que o Vitória terá sempre um mínimo de 51% do capital e em que as restantes ações estarão ao dispor dos sócios que as quiserem comprar.
Se for eleito, Luís Cirilo Carvalho espera herdar "um passivo brutal", neste momento de 71,7 ME, e "um volume de empréstimos elevadíssimo", traduzido em quatro milhões de euros em juros na época 2023/24, que promete combater com "um programa de redução do passivo" e "uma gestão muito racional e equilibrada", sempre com "a intenção de não se prejudicar a competitividade das equipas".
O líder da candidatura 'Por um Vitória maior' promete ainda concluir o miniestádio na atual academia, obra que, a seu ver, está como "estava há três anos", e dialogar com a Câmara Municipal de Guimarães para "acelerar e calendarizar" o processo da nova academia.
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