Decidida na reunião de quarta-feira e divulgada hoje em comunicado, a pena respeita aos desacatos verificados no minuto 70 do desafio da 24.ª jornada da Série B da Divisão de Honra da Associação de Futebol (AF) de Braga.

O guardião do Caçadores das Taipas agrediu um jogador do Arões, viu o cartão vermelho direto e dirigiu-se ao árbitro principal, estendendo o braço com o punho fechado na direção do rosto do 'juiz', segundo registos em vídeo a que a Lusa então acedeu.

O trio de arbitragem, formado ainda pelos assistentes Daniel Vale e André Duarte, recolheu ao balneário logo de seguida e deu por terminado o encontro realizado no Campo do Montinho, na vila de Caldas das Taipas, concelho de Guimarães, quando o Arões, formação do concelho de Fafe, vencia por 1-0.

Como o Conselho de Disciplina da AF Braga aplicou suspensão preventiva, o antigo internacional sub-19 e sub-20 por Portugal começou a cumprir em 24 de março uma pena que se estende até julho de 2026.

O órgão puniu ainda o Caçadores das Taipas com uma derrota por 3-0 no encontro com o Arões, com a interdição do Campo do Montinho por um jogo, a ser cumprida na 29.ª e penúltima ronda do campeonato, frente ao São Cristóvão, no fim de semana de 03 e 04 de maio, e uma multa de 100 euros.

Na sequência do episódio, o Conselho de Arbitragem da AF Braga manifestou o "mais profundo repúdio pela inaceitável e vergonhosa agressão sofrida pelo árbitro Ricardo Ferreira", a quem demonstrou "total solidariedade".

Já o Núcleo de Árbitros de Futebol do Cávado, sediado em Amares, ao qual pertence o árbitro do Caçadores das Taipas-Arões, também manifestou repúdio pelo episódio e exigiu presença obrigatória de policiamento nos encontros de seniores e de juniores da AF Braga, além do reforço dos assistentes de recinto desportivo.

O centenário clube vimaranense, fundado em 1923, suspendeu então o futebolista de 37 anos e pediu desculpas ao trio de arbitragem e ao Arões, "um digno adversário".

Numa nota publicada na rede social Facebook em 24 de março, Marco Pinto rejeitou a agressão, apesar de reconhecer que partiu em direção ao árbitro com "a intenção de o intimidar" e que houve "tentativa de agressão".

A Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto (APCVD) anunciou, em 24 de março, ter enviado para o Ministério Público "toda a informação compilada que se afigure útil para a prossecução da justiça, atendendo à competência das autoridades judiciárias para a investigação de matéria criminal".