A nova agência deverá resultar do aumento e adaptação da capacidade de intervenção do Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural, explicou em Leiria o secretário de Estado Adjunto do Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional.
“É necessária uma nova ambição para as políticas de imigração”, na qual se dê prioridade à “importação de alto valor acrescentado – também como forma de reter e fixar jovens portugueses qualificados -”, sustentou, à margem de umas jornadas dedicadas ao debate sobre as migrações.
Pedro Lomba defendeu que “a atração de investimento” também é feita “com a captação de pessoas que ajudem a contrariar esta dinâmica de saída de jovens portugueses”, procurando atrair “quadros de empresas, estudantes, investigadores e investidores”.
Esta “é uma das saídas para a crise. A importação de cérebros é também uma forma de reter os nossos cérebros”, sublinhou o governante, afirmando que “a política de integração de imigrantes não é só política social, é também política económica, e a boa política económica é também política social”.
As declarações do secretário de Estado foram realizadas à margem de umas jornadas promovidas pela associação AMIGrante – Associação de Apoio ao Migrante subordinadas ao tema “A face humana das Migrações em Portugal”.
Antes, o responsável pela gestão do Programa de Retorno Voluntário e pelas operações da Organização Internacional para as Migrações (OIM) em Portugal adiantou que mais de sete mil imigrantes pediram ajuda para sair do país nos últimos cinco anos.
“A esmagadora maioria dos imigrantes é de nacionalidade brasileira, do género masculino, que se encontram em situação irregular e que chegaram há quatro anos”, sendo que 46% dos pedidos de ajuda resultam da situação de desemprego na qual se encontram, explicou Luís Carrasquinho.
Já a Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural, Rosário Farmhouse, lembrou que Portugal “tem procurado ser um exemplo ao nível de acolhimento de imigrantes”, assumindo-se como “um modelo de boas práticas” para o qual tem contribuído “a história migratória, o consenso político, as políticas de integração dependentes de um ministério que é transversal e uma opinião pública positiva”.