Na intervenção inicial na comissão parlamentar de inquérito ao pagamento de rendas excessivas aos produtores de eletricidade, Álvaro Santos Pereira disse que "quem afirma que não existem rendas excessivas certamente não presta atenção à conta da luz", quantificando essas rendas em "quase 4.000 milhões de euros entre 2007 e 2020".
"É claro que os produtores foram beneficiados. É bem claro que antes de nós ninguém tinha tido coragem de enfrentar os 'lobbies' da energia. Ninguém tinha cortado um só cêntimo. Graças à nossa ação, e do meu sucessor, cortaram-se mais de 3.500 milhões de euros nas rendas da energia", declarou o antigo governante.
Questionado pelo deputado do PS André Pinotes sobre as negociações com a EDP, Álvaro Santos Pereira considerou que "só pode ser brincadeira [...] dizer que a EDP teve contrapartidas" quando o Governo de Passos Coelho cortou mais de 500 milhões de euros à elétrica.
Já anteriormente o antigo ministro da Economia tinha ironizado sobre "a teoria de um acordo secreto entre a EDP e o Estado": "Era só o que faltava estar com esta teoria do acordo secreto entre a EDP e o Estado. Só me fez rir. Tem que haver um limite para a mentira, o decoro e a injúria".
Segundo Santos Pereira, as medidas adotadas enquanto esteve no Governo de Passos levaram a uma redução das rendas aos produtores em mais de 2.100 milhões de euros, que, referiu, "era praticamente o valor que seria arrecadado com a contribuição até 2020", e abriu a porta para o corte de outros 1.500 milhões de euros.