Na comparação com o trimestre anterior encerrado em novembro de 2018, houve uma alta de 0,9 pontos percentuais do número de desempregados no país, o que significou um incremento de 892 mil pessoas à procura de trabalho.
"A desocupação voltou a subir, mas não é a maior da série. Neste mesmo trimestre, a maior foi de 13,2%, em 2017. Esperava-se que ela fosse subir, é um aumento que costuma acontecer no começo do ano", explicou o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
"A população ocupada teve uma queda de 1,06 milhão de pessoas, sendo 1,02 milhão somente de empregados. No setor privado tivemos uma perda de 496 mil vagas, enquanto no setor público foram 453 mil empregos a menos", acrescentou o especialista.
Já a taxa de subutilização da força de trabalho ficou em 24,6%, somando 27,9 milhões de pessoas no Brasil, pior resultado da série histórica do IBGE iniciada em 2012.
O grupo de trabalhadores subutilizados reúne os subocupados com menos de 40 horas semanais e os que estão disponíveis para trabalhar, mas não conseguem emprego por motivos diversos.
Quanto ao número de pessoas desalentadas, que mede a quantidade de desempregados com idade economicamente ativa que não procuram trabalho, este chegou a 4,9 milhões de pessoas no Brasil em fevereiro.
Segundo o IBGE, a percentuagem de 4,4% de desalentados bateu recorde. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, foram mais 275 mil pessoas nessa condição.
"Dado que o desemprego chegou a este nível tão alto, isso alimenta o desalento também. Essas pessoas não se veem em condições de procurar trabalho", explicou Cimar Azeredo do IBGE.
Numa análise por setores, o IBGE informou que as áreas da administração pública, defesa, segurança social, educação, saúde e serviços sociais lideraram as estatísticas negativas ao registarem uma perda de 574.000 empregos em fevereiro.
Em seguida estão a indústria que perdeu 198 mil postos de trabalho e a construção civil, onde houve uma redução de 155 mil empregos.
"Essa perda no grupo de administração pública, defesa, segurança social, educação, saúde e serviços sociais foi basicamente na educação, que perdeu 470 mil pessoas", afirmou Azeredo.
De acordo com dados oficiais divulgados pelo Governo brasileiro, cerca de 12,8 milhões de pessoas estavam sem trabalho no ano passado, um número apenas 3% menor do que em 2017.
O desemprego caiu ligeiramente em 2018 em meio à lenta recuperação da economia do Brasil após uma severa recessão que atingiu o país entre 2015 e 2016, período em que o Produto Interno Bruto (PIB) do país caiu 7%.
Em 2017 e 2018, o PIB brasileiro cresceu 1,1%. Para este ano, o Governo brasileiro projeta um crescimento de 2% do PIB.