FMI mais pessimista que Governo. Prevê défice de 0,6% em 2019

O Fundo Monetário Internacional agravou a estimativa do défice português para 0,6% do PIB este ano, pior que os 0,2% previstos pelo Governo, mas antecipa agora que o primeiro excedente se registe um ano mais cedo, em 2021.

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Lusa
10/04/2019 14:30 ‧ 10/04/2019 por Lusa

Economia

Dados

De acordo com o 'Fiscal Monitor', relatório com as previsões orçamentais mundiais, hoje divulgado, o Fundo Monetário Internacional (FMI) piorou a previsão para o défice português este ano para 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB), uma deterioração de 0,2 pontos percentuais (p.p.) face à estimativa de novembro, de 0,4% do PIB, no âmbito da sétima avaliação pós-programa, e também acima da estimativa de 0,2% do Governo para o défice este ano.

No 'Fiscal Monitor' de outubro, o FMI previa um défice de 0,3% do PIB em 2019, estimativa que depois piorou em novembro, para 0,4%.

Para 2020, o Fundo antecipa agora um défice orçamental de 0,1% do PIB (contra 0,2% em outubro).

O FMI, que tem como base um cenário de políticas invariantes para os próximos anos, acredita que o primeiro excedente, de 0,4% do PIB, aconteça em 2021, um ano mais cedo face às previsões de outubro, quando antevia que o primeiro excedente, de 0,2% do PIB, se registasse apenas em 2022.

Para 2022, o FMI antecipou hoje que o excedente desça 0,1 p.p. para 0,3%, mantendo-se nesse valor em 2023 e recuperando depois para 0,5% do PIB em 2024.

De acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o défice ficou em 0,5% do PIB em 2018, o melhor resultado em democracia e abaixo da previsão de 0,6% indicada em fevereiro pelo ministro das Finanças, Mário Centeno.

Em 2017, Portugal registou um défice de 3%.

Segundo as previsões do FMI hoje divulgadas, o saldo primário, que exclui os encargos com a dívida pública, vai fixar-se em 2,5% em 2019, abaixo dos 2,9% estimados em outubro, subindo para valores acima dos 3% a partir de 2020 (3,1%) e até 2024.

As projeções referentes a Portugal, que são coordenadas pelo ex-ministro das Finanças Vítor Gaspar, agora diretor do FMI, baseiam-se no Orçamento do Estado para 2018 e foram "ajustadas para refletir as previsões macroeconómicas" do Fundo.

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