Bruxelas mantém previsões de crescimento em 1,7%, abaixo das do Governo

Bruxelas manteve as estimativas de crescimento para a economia portuguesa em 1,7% este ano, de acordo com as previsões de primavera, divulgadas esta terça-feira.

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Beatriz Vasconcelos com Lusa
07/05/2019 12:56 ‧ 07/05/2019 por Beatriz Vasconcelos com Lusa

Economia

Comissão Europeia

Bruxelas continua mais pessimista do que o Governo. De acordo com as Previsões Económicas de Primavera, a Comissão Europeia estima que Portugal cresça 1,7% este ano, abaixo da estimativa de 1,9% apontada pelo ministro das Finanças, Mário Centeno

Relativamente ao próximo ano, a Comissão Europeia estima que o crescimento do produto interno bruto (PIB) se vai cifrar nos 1,7%, a mesma taxa que a estimada para este ano, de acordo com o mesmo documento

A Comissão Europeia estima que o défice português se situe em 0,4% do PIB este ano e em 0,1% no próximo ano, mantendo previsões mais pessimistas do que o Governo que aponta para um excedente já em 2020.

Nas previsões divulgadas esta terça-feira em Bruxelas, o executivo comunitário estima que o crescimento do PIB continue a registar "uma expansão moderada", ancorada no crescimento do investimento e do consumo privado cujo comportamento compensa parte do impacto negativo do comércio externo.

Estes números, sublinhe-se, estão em linha com os que foram projetados nas previsões económicas de inverno, em fevereiro. Nessa altura, Bruxelas reviu em baixa o crescimento económico de Portugal. 

No 'pacote', que inclui as previsões de crescimento dos vários Estados-membros antes de Bruxelas emitir recomendações, a Comissão Europeia reviu ainda em baixa o ritmo de crescimento da zona euro para 1,2%

Ainda assim, o comissário dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, responsável por apresentar as previsões, salientou que a economia europeia vai continuar a crescer e que "há boas notícias" no mercado de trabalho, designadamente no "aumento dos salários". 

Moscovici acredita que a economia da UE está "menos favorável às circunstâncias globais e à persistente incerteza", mas diz ser necessário estar "pronto para dar mais apoio à economia caso seja necessário", escreveu numa publicação no Twitter. 

Abrandamento mais forte do que prevê o Governo

Ainda que tenha mantido estas projeções inalteradas, Bruxelas continua a antecipar um abrandamento da economia mais forte do que o Governo que, no Programa de Estabilidade 2019-2023, aponta para um crescimento de 1,9% este ano e no próximo.

A economia portuguesa cresceu 2,8% em 2017 e 2,1% em 2018, com a diminuição das exportações a justificar uma parte significativa deste abrandamento.

Ainda assim "a procura interna permaneceu sólida" devido, sobretudo, ao consumo privado, com a Comissão Europeia a estimar que "o investimento e o consumo privado vão continuar a suportar o crescimento, compensando a maior parte do impacto negativo do comércio externo".

Bruxelas refere, porém, que os mais recentes indicadores dão conta de um decréscimo da confiança dos consumidores e de alguns setores empresariais e que o cenário agora projetado tem riscos devido ao ambiente de incerteza externo.

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