Nos pontos nove e dez da ordem de trabalhos da assembleia-geral do BCP, que decorreu hoje no Tagus Park, em Oeiras, distrito de Lisboa, a administração do banco propunha, respetivamente, a recondução da Deloitte como revisor oficial de contas e auditor externo do banco.
O ponto nove foi aprovado com 99,93% dos votos da estrutura acionista presente, e o ponto dez também contou com uma aprovação superior a 99%, de acordo com o BCP.
Desta forma, a Deloitte é reconduzida para exercer funções como revisor oficial de contas e auditor externo do BCP no biénio 2019/2020.
O ponto 11 da ordem de trabalhos da assembleia-geral do banco liderado por Miguel Maya, sobre "a aquisição e alienação de ações e as obrigações próprias", foi também aprovado, com 98,99% dos votos.
A reunião magna do banco liderado por Miguel Maya foi hoje marcada por uma manifestação de vários sindicatos, que exigiam a reposição imediata dos salários, que sofreram cortes entre 2014 e 2017, e aumentos relativos a 2018.
Antes da assembleia-geral, representantes do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) e do Sindicato dos Bancários do Norte (SBN) disseram à Lusa que se manifestavam pela atualização salarial em 2018 e pela devolução integral dos valores que foram alvo de cortes salariais entre 2014 e 2017.
Em 09 de maio, na conferência de imprensa de apresentação de resultados do primeiro trimestre, o presidente executivo do banco, Miguel Maya, disse que a proposta de compensação aos trabalhadores era "mais generosa" do que a proposta de dividendos aos acionistas.
Miguel Maya justificou o seu raciocínio com o facto de aos acionistas a administração ter proposto a distribuição de cerca de 30 milhões de euros, o que é um dividendo correspondente a cerca de 10% do resultado de 2018 (uma vez que foram de cerca de 300 milhões de euros), enquanto para os trabalhadores propunha 12,6 milhões de euros.
O BCP tinha 7.262 trabalhadores em Portugal no final de março.
O grupo chinês Fosun é o maior acionista do banco, com cerca de 27% do capital social, seguindo-se a petrolífera angolana Sonangol, com 19%. O fundo de investimento Blackrock tinha, em final de 2018, cerca de 2,8% e o grupo EDP 2,11%.