Antram acusa o sindicato de não aceitar a mediação do Governo

"Fomos chamados [esta noite] ao Ministério das Infraestruturas para sermos informados de que o sindicato não aceita a mediação", afirmou o porta-voz da Antram, André Matias de Almeida.

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Filipa Matias Pereira com Lusa
20/08/2019 21:27 ‧ 20/08/2019 por Filipa Matias Pereira com Lusa

Economia

greve dos motoristas

O porta-voz da Antram, André Matias de Almeida, afirmou esta terça-feira, que o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) recusou o processo de mediação, apesar de a associação patronal estar disponível para debater "quase tudo".

"Hoje deixámos aqui um documento de manhã onde abríamos quase tudo à mediação. Fomos chamados [esta noite] ao Ministério das Infraestruturas para sermos informados de que o sindicato não aceita a mediação e quer impor aumentos salariais e o pagamento de horas suplementares, e isso não é um processo de mediação", disse o porta-voz da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) aos jornalistas, em Lisboa.

Posto isto, a Antram defendeu que a desconvocação da greve "não passou de mais um número" e vincou que "não é possível conversar com quem quer ir para a mesa de negociações com condições impostas".

A postura do SNMMP "prejudicará gravemente os trabalhadores do sindicato e o processo de mediação", acrescentou o representante dos patrões, que sublinhou também que o sindicato terá agora de justificar esta posição ao país.

Apesar de garantir que a associação patronal já conhecia os aumentos propostos pelo sindicato, superiores aos acordados com a Fectrans (Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações), André Matias de Almeida reiterou que estas condições não devem constituir uma imposição, mas uma possibilidade a incluir no processo de mediação.

"Ao invés de discutir na mediação essas cláusulas, [o sindicato] quer, à partida, vincular o objetivo e condicionar essa mediação, o sindicato quer impor numa mediação o resultado da mesma. Não é assim que as coisas se fazem e lamento profundamente que isto não seja compreendido. É, mais uma vez, impor uma espada sob a cabeça da Antram", notou.

Portugal deixou de estar em crise energética, devido à greve de motoristas de pesados, desde as 00h00 de hoje, acabando os limites ao abastecimento de combustível.

O Governo aprovou na segunda-feira, em reunião eletrónica do Conselho de Ministros, o fim da crise energética declarada há 10 dias devido à greve de motoristas de pesados, a partir das 23h59 desse dia.

No domingo, o SNMMP decidiu, em plenário, desconvocar a greve, que se iniciou no dia 12.

A paralisação foi inicialmente convocada pelo SNMMP e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), mas este último desconvocou o protesto na quinta-feira à noite, após um encontro com a Antram sob mediação do Governo.

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