Combustíveis devem encarecer. Apetro não prevê crise de abastecimento

Disparo da cotação do petróleo nos mercados internacionais vai ter impacto nos preços na próxima semana? Até agora, os dados apontam para que sim.

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Notícias ao Minuto
20/09/2019 09:03 ‧ 20/09/2019 por Notícias ao Minuto

Economia

Combustíveis

A forte subida da cotação do petróleo no arranque desta semana poderá ter influência nos preços dos combustíveis já na próxima semana. Pelo menos, este é o cenário considerando as cotações até quarta-feira, que apontam para um acréscimo dos preços, de acordo com os cálculos apresentados, esta quinta-feira, pelo presidente da Associação Portuguesa de Empresas Petroliferas (Apetro), António Comprido. 

"O que eu posso dizer é que fechando três dias, que são os dados que eu tenho, aponta efetivamente para subida da gasolina e do gasóleo, da cotação do produto, não estou a falar do preço que o público vai pagar, na ordem dos três a quatro cêntimos", disse António Comprido, em declarações à TVI24. 

Esta ressalva, sublinhe-se, acontece porque os preços dos combustíveis não são compostos apenas pela cotação da matéria-prima nos mercados internacionais. Há outros fatores a ter em conta. 

"Em linhas muito breves, as componentes do preço são o preço do crude, que é o que as refinarias pagam para obter a matéria-prima", depois as "refinarias fazem o seu trabalho" e há uma "margem de refinaria", destacou António Comprido. "O produto à saída da refinaria varia entre a gasolina e o gasóleo entre 25% a 30% do preço que nós pagamos, o resto são basicamente impostos", sendo que entre 10% a 15% são custos de transporte, armazenagem, atividade comercial ou o custo de ter um posto aberto, adiantou ainda.

Faltam ainda contabilizar dois dias, o de quinta e o de sexta-feira, sendo que além de verificar se a tendência se mantém, é também preciso ter em conta que "depende também do funcionamento do mercado do retalho, que como sabe cada posto é livre de fixar os seus próprios preços". 

Tendência vai manter-se? António Comprido acredita que "se a tensão não se agravar, eu esperaria que a próxima semana não trouxesse um novo agravamento dos preços", disse à antena da TVI24. 

Podemos estar perante uma crise de abastecimento?

A resposta é não, tal como o presidente da Apetro já tinha adiantado no início da semana. "Pelo que está a acontecer neste momento, não acredito que haja problemas de escassez. Hoje os mercados estão mais bem preparados. (...) Não é expectável que haja qualquer tipo de dificuldades no abastecimento, nem em Portugal, nem em qualquer outra parte do mundo", acrescentou. 

Além disso, António Comprido destaca a importância de Portugal fazer parte da Agência Internacional de Energia (AIE) e, por isso, ter de manter reservas para 90 dias

"Todos os países que fazem parte da AIE têm a obrigatoriedade de manter 90 dias do consumo em reservas em produtos, ou já refinados ou por refinar. Portugal está nesse grupo, nós temos 90 dias, aliás, um pouco mais, de reservas e isso significa que mesmo que se cortasse totalmente o abastecimento a Portugal, um cenário que é completamente imprevisível, nós temos condições para nos aguentar", apontou. 

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