"A CAP considera esta situação inaceitável, contra o pagamento das medidas agroambientais, prejudicando fortemente os agricultores que mais se dedicam a elas e a práticas agrícolas que visam a sustentabilidade e o equilíbrio dos ecossistemas naturais, atingindo sobretudo as zonas mais desfavorecidas e de pequena propriedade", defendeu, em comunicado, a confederação presidida por Eduardo Oliveira e Sousa.
A organização agrícola, juntamente com outras entidades representativas do setor, esteve reunida esta quinta-feira, no Ministério da Agricultura, em Lisboa, para ser informada das alterações ao pagamento destas medidas.
Para a CAP, quaisquer cortes nas medidas agroambientais "terão resultados negativos, desencorajadores e destruidores" nos esforços de transição para uma economia descarbonizada.
Por exemplo, no concelho de Mirandela, em Trás-os-Montes, o corte atingirá cerca de 500 mil euros e irá afetar 270 agricultores.
Em declarações à Lusa, Eduardo Oliveira e Sousa disse que falou presencialmente com a ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, que não pode estar presente na reunião de quinta-feira devido ao prolongamento do Conselho de Ministros, que, por sua vez, garantiu estar a acompanhar a questão, mostrando-se ainda disponível para trabalhar em conjunto com as associações do setor.
"Já foi encontrada uma solução para uma das medidas, a de salvaguarda do património genético das raças autóctones, [...] e na busca de outras soluções haverá ainda uma margem", acrescentou.
Por outro lado, o Governo comprometeu-se a voltar a reunir com as organizações do setor, assim que disponha de mais informações, o que, para a confederação, deverá acontecer "durante os primeiros dias da próxima semana".
Adicionalmente, a confederação "acredita ser ainda possível" encontrarem-se soluções que permitam assegurar em 2020 a continuação dos apoios, "cujo pagamento tinha sido assegurado e garantido pelo anterior ministro da Agricultura", Capoulas Santos.
"A CAP considera estes cortes altamente lesivos dos interesses dos agricultores e da sociedade em geral, prejudiciais para a agricultura e para o ambiente", mantendo-se disponível para encontrar as "melhores soluções" que vão ao encontro das necessidades do setor.
A confederação lançou ainda o apelo ao Ministério do Ambiente e da Ação Climática, tutelado por Matos Fernandes, para que se efetue a "necessária articulação" na procura de soluções, permitindo assegurar que "não seja interrompido o esforço de uma agricultura mais amiga do ambiente e melhor integrada na luta contra as alterações climáticas".