Na semana passada, o banco divulgou através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que Pedro Leitão recebeu 'luz verde' do Banco de Portugal para o cargo de vogal do Conselho de Administração e anunciou que a proposta para a sua nomeação como presidente da Comissão Executiva acontecerá na reunião de hoje.
Pedro Leitão assumirá a presidência executiva do Montepio quase dois anos desde a saída de Félix Morgado (março de 2018), um período marcado por instabilidade governativa no banco.
É que inicialmente, após a saída de Félix Morgado, Carlos Tavares acumulou o cargo de presidente não executivo ('chairman') com a presidência executiva, mas o Banco de Portugal viria a proibir a acumulação de funções e em fevereiro de 2019 Dulce Mota assumiu a presidência executiva mas interinamente.
Desde então, ainda não tinha sido decidida definitivamente a presidência executiva e surgiram várias notícias sobre tensão no banco devido à indefinição estratégica.
No início de dezembro, a assembleia-geral do banco Montepio aprovou Pedro Leitão (que estava no Banco Atlântico Europa, banco de capitais angolanos, como 'chief digital officer') como presidente executivo, numa reunião presidida por Tomás Correia, que então ainda era presidente da Associação Mutualista Montepio Geral (o acionista de controlo do banco).
Já em 15 de dezembro Tomás Correia deixou esse cargo (onde estava desde 2008), o qual foi assumido por Virgílio Lima.
As mudanças de liderança poderão significar o início de uma nova época para o grupo Montepio, que está numa fase de indefinição sobre o seu futuro, desde logo por dúvidas sobre a saúde das suas finanças.
O grupo Montepio tem no topo a Associação Mutualista Montepio Geral, com mais de 600 mil associados, que tem como principal empresa subsidiária o banco Montepio, que desenvolve o negócio bancário.