Falando após uma reunião com a chanceler alemã, Angela Merkel, que cumpre hoje uma visita de algumas horas a Angola, João Lourenço focou o interesse recíproco dos dois países no sentido de intensificar as relações empresariais e económicas.
"Angola ao longo destes anos tem beneficiado de linhas de crédito da banca comercial alemã para projetos de infraestruturas públicas, mas quase nenhum investimento privado de destaque, o que pretendemos hoje, uma vez que estamos a criar com algum sucesso um ambiente de negócios favorável ao investimento privado", salientou.
O chefe de Estado destacou ainda algumas preferências, que vão ao encontro das capacidades do setor industrial alemão, como a siderurgia e o aço, a agricultura e pecuária, a ciência e a saúde, o setor automóvel e o turismo.
João Lourenço indicou que durante a visita da chanceler alemã vão ser apresentadas várias iniciativas que visam ampliar o quadro de cooperação bilateral entre os dois países na área da capacitação e formação de quadros.
O aprofundamento da relação com instituições bancárias para financiamento de projetos de gás, energia e águas, parcerias público-privadas para estradas, ferrovias e portos, centrais hidroelétricas e apoio à vigilância marítima, sobretudo no Golfo da Guiné, são outras áreas a explorar.
Por seu turno, Angela Merkel assinalou que a Alemanha quer dar a sua contribuição para o desenvolvimento de Angola e pretende contribuir com a sua presença para iniciar um novo capítulo da cooperação entre os dois países que se traduzirá na assinatura de acordos concretos.
Trata-se da segunda visita da chanceler Angela Merkel a Angola, tendo a primeira ocorrido em 2011, ocasião em que foi acordada uma parceria alargada entre os dois países.
João Lourenço visitou a Alemanha em agosto de 2018 e voltou a encontrar-se com a chanceler Merkel em Nova Iorque, no mês de setembro.
Na quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores angolano, Manuel Augusto, referiu que a Alemanha é já um "parceiro tradicional" de Angola, onde tem instaladas um "conjunto de empresas que têm um impacto direto" na economia angolana e nas condições de vida da população.