"Nos últimos cinco anos, aquilo que se pode constatar é que o valor do peixe descarregado em lota aumentou 21%. Entre 2015 e 2019, estamos a falar de cerca de mais de 150 milhões de euros que foram transacionados. O preço médio duplicou de cerca de dois euros para quatro e tal euros", acrescentou ainda Vasco Cordeiro.
O chefe do executivo regional socialista falava no porto de pescas de Rabo de Peixe, concelho da Ribeira Grande, ilha de São Miguel, onde entregou diplomas dos cursos de Mestrança, Arrais de Pesca Local e Arrais de Pesca, e inaugurou a central de produção de gelo, uma infraestrutura com um investimento de cerca de meio milhão de euros.
Na sua intervenção, Vasco Cordeiro sublinhou que "o grande objetivo" na área das pescas "não é propriamente pescar mais", mas "vender melhor para garantir também melhor rendimento a quem faz desta a sua vida".
"Os resultados demonstram que até este momento estamos no bom caminho", sublinhou o presidente do Governo açoriano, destacando, por exemplo, a aposta na "formação e qualificação dos recursos", uma estratégia que, segundo disse, "deve continuar" para "ter cada vez mais pescadores conscientes" do "valor do seu trabalho, aptos a serem parte ativa na construção do seu rendimento, na valorização deste setor e no reforço dos rendimentos" dos homens da pesca.
De acordo com o presidente do Governo dos Açores, ao longo desta legislatura "cerca de 1.100 pescadores em toda a região beneficiaram de ações de formação", quer seja na componente de conservação e acondicionamento do pescado a bordo, exploração sustentável de recursos ou ainda na componente da escolarização para que possam ter condições para o exercício da profissão.
"Esses diplomas de formação correspondem também ao reconhecimento da coragem de todos os pescadores para terem mais e melhores condições para desenvolverem a atividade", sublinhou Vasco Cordeiro, durante a entrega dos certificados hoje em Rabo de Peixe.
Na ocasião, o chefe do executivo açoriano sublinhou a importância da componente da sustentabilidade dos recursos.
"Toda a componente pública tem esta obrigação de criar as ferramentas que podem melhorar. E é isso que nós estamos a fazer, mas é importante salientar que os primeiros protagonistas desta estratégia e desse resultado são os nossos pescadores", salientou.
Lídia Raposo, oriunda de uma família de pescadores, foi uma das três mulheres que hoje recebeu o diploma de "mestre".
"Somos três raparigas na pesca. Vamos para o mar com o meu pai. Quando o meu pai um dia não for para o mar eu já posso pegar no barco, agora que tenho este diploma", disse aos jornalistas a pescadora, de 30 anos.