O impacto do novo coronavírus "é grande", afirmou hoje diretora dos Serviços de Turismo de Macau, Maria Helena de Senna Fernandes, em conferência de imprensa.
"Estamos parados", frisou, acrescentando que "nem na SARS era tão baixa" a ocupação hoteleira na capital mundial do jogo, referindo-se à epidemia que entre 2002 e 2003 matou mais de 774 pessoas em todo o mundo.
Em 2019, a ocupação média dos hotéis e pensões atingiu 90,8%, nos 123 hotéis e pensões existentes na capital mundial do jogo.
O território, que vive sobretudo do turismo proveniente da China Continental, já praticamente não recebe visitantes do país, que estão sem vistos para entrar em Macau, confrontados com restrições nas fronteiras e com o súbito e indeterminado cancelamento de voos desde que começou o surto, no final de 2019.
O território recebe, neste momento, pouco mais de 4.000 visitantes por dia.
Na semana passada, a média dos preços diários dos quartos dos hotéis foi de cerca de 70 euros, "o número mais reduzido dos últimos 10 anos", afirmou a responsável pelo turismo de Macau.
A excursões que vêm a Macau são residuais, admitiu Maria Helena de Senna Fernandes, adiantando ainda que alguns eventos culturais em Macau provavelmente terão de ser adiados. "Não podemos avaliar quando a situação ficará estável (...) Esta é uma situação que nunca vivi, desde que entrei na carreira", assumiu.
O Governo de Macau está a preparar trabalhos de recuperação do setor turístico, mantendo contacto estreito com agências de viagens e grupos hoteleiros. "Estamos na fase de planeamento", afirmou.
Na semana passada, um terço das mesas dos casinos de Macau reabriram, mas, como se confirma pelos números avançados hoje pela responsável do turismo, não houve qualquer impacto positivo na ocupação hoteleira na capital mundial do jogo.
O acesso a estes espaços foi interditado a todas a pessoas que tenham estado na província chinesa de Hubei, onde começou a epidemia do novo coronavírus.
Mas somam-se outras proibições: não são permitidas apostas em pé e aglomerações, pelo que é determinada uma distância mínima entre os jogadores. E, além das mesas tradicionais, também algumas máquinas de jogo eletrónico foram desativadas para se garantir uma distância segura entre os apostadores, que se mantêm longe de Macau, apesar de não se verificarem novos casos no território há 21 dias consecutivos.
O número de infetados com o coronavírus Covid-19 em Macau desceu para três após uma nova alta hospitalar anunciada hoje pelos Serviços de Saúde locais, em conferência de imprensa.
Dos 10 casos registados em Macau, este é o sétimo paciente a receber alta, continuando internadas outras três pessoas.
Trata-se de uma mulher de 67 de anos, que esteve hospitalizada desde 27 de janeiro, oriunda da cidade chinesa de Wuhan, onde começou o novo coronavírus.
A mulher chegou a Macau no dia 23 de janeiro, precisaram as autoridades.
As autoridades têm repetido nos últimos dias que o território se encontra "num momento crucial" no combate ao surto e as pessoas "devem evitar sair de casa".
Casinos, parques públicos, trilhos, serviços públicos, zonas de lazer, espaços de ginástica na rua, parques infantis, entre outros, estão a ser abertos gradualmente.
O Governo de Macau ainda não tem data prevista para a abertura das escolas, encerradas desde o início do mês.
O balanço provisório da epidemia do coronavírus Covid-19 é de 2.705 mortos e mais de 80 mil pessoas infetadas, de acordo com dados reportados até hoje, por cerca de 30 países.
Além de 2.665 mortos na China, onde o surto começou no final do ano, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França e Taiwan.
Em Portugal, já houve 14 casos suspeitos, que resultaram negativos após análises, estando um novo caso a ser avaliado.
O único caso conhecido de um português infetado pelo novo vírus é o de um tripulante de um navio de cruzeiros que está hospitalizado no Japão.
A Organização Mundial de Saúde declarou o surto do Covid-19 como uma emergência internacional e alertou para uma eventual pandemia, após um aumento repentino de casos em Itália, Coreia do Sul e Irão nos últimos dias.