"Evidentemente, neste momento, ainda não temos sintomas de abrandamento, nem de recessão, mas, acho que vai haver alguma contração, nem que seja pontual", disse aos jornalistas Miguel Albuquerque no decorrer de uma visita a uma empresa na freguesia do Caniço, em Santa Cruz, inserida no "Roteiro das Empresas" que está a realizar com secretário regional da Economia.
O governante deu como exemplo o setor do turismo, como uma área que pode vir a ser afetada e ter "alguma contração", apontando que já foram cancelados os voos semanais de uma transportadora italiana para a ilha do Porto Santo.
Questionado sobre se a Madeira também deve beneficiar da linha de crédito de 100 milhões anunciada na quarta-feira pelo primeiro-ministro, António Costa, para apoiar empresas que venham a ser afetadas pelo surto do Covid-19, o social-democrata respondeu: "Temos de contar".
"Neste momento vamos continuar a fazer uma aposta essencial nas empresas e estamos determinados a não parar o crescimento económico", declarou.
O Governo Regional está "empenhado em manter este ritmo de crescimento e apoiar as empresas no sentido de continuar a garantir o crescimento económico" na Madeira.
O surto de Covid-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou cerca de 3.300 mortos e infetou mais de 95 mil pessoas em 79 países, incluindo oito em Portugal.
Das pessoas infetadas, mais de 50 mil recuperaram.
O governante salientou a importância da iniciativa "Roteiro das Empresas", que inclui visitas para "auscultar as preocupações dos empresários, técnicos e trabalhadores" e dar "uma amostragem ao grande público do que é a economia da Madeira".
O responsável referiu existirem "pessoas que não têm ideia do potencial de crescimento da economia [da Madeira] em vários setores, que normalmente não são muito considerados, como a indústria".
"A nossa ideia é continuarmos com este processo de auscultação, garantindo aos nossos empresários o apoio do governo, não só através dos fundos que estão disponíveis para o desenvolvimento da economia da Madeira e das empresas, mas também tentando fazer as correções de rumo nas decisões que estamos a tomar em função daquilo que são as preocupações dos empresários", argumentou.