A suspensão de todos os voos com destino ou origem nos aeroportos italianos de Milão-Malpensa, Internacional II Caravaggio (Bérgamo) e Internacional Marco Polo, que serve a cidade de Veneza, aplica-se para os aeroportos de Francisco Sá Carneiro, no Porto, Humberto Delgado, em Lisboa, e Internacional de Faro.
O anúncio foi feito depois de uma reunião da Comissão Nacional de Proteção Civil (órgão de coordenação em matéria de proteção civil) na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, em Carnaxide, distrito de Lisboa, na qual participaram os ministros da Administração Interna e da Saúde, Eduardo Cabrita e Marta Temido, respetivamente.
A nível nacional, o executivo recomendou a suspensão de eventos em espaços abertos com mais de 5.000 pessoas, e de eventos à porta fechada com mais de 1.000 participantes, "em linha com orientações que tem vindo a ser tomadas na generalidade países da União Europeia", disse o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.
A sugestão de que os médicos que não participem em congressos ou conferências, especialmente para estarem disponíveis, foi outra das decisões saída do Conselho.
Da reunião saiu também uma orientação da suspensão de quaisquer eventos, como casamentos e a celebração de missas, com mais de 150 pessoas nos municípios de Felgueiras e Lousada, no distrito do Porto -- as duas zonas mais afetadas pelo surto do novo coronavírus em Portugal.
O ministro da Administração Interna, frisou que estão interditados eventos de "qualquer tipo", de um casamento, funeral ou missa a uma iniciativa desportiva.
A ministra da Saúde, Marta Temido, explicou que algumas das recomendações são ao mesmo tempo orientações e que as autoridades de saúde devem ser consultadas.
E explicou que foi ainda adotada uma recomendação mais genérica, para que haja especial atenção quanto a eventos que possam suscitar presença de pessoas que venham de áreas de risco, como China ou Itália.
Marta Temido disse que as medidas anunciadas vão até 3 de abril, um limiar que pode ser aumentado ou restringido consoante a evolução da doença.
E explicou que as restrições de eventos como as anunciadas são porque neles é difícil identificar os presentes numa situação de contágio, ao contrário do que se passa numa escola ou numa fábrica, onde os utilizadores do espaço são identificáveis em caso de necessidade.
A ministra afirmou-se consciente de que são medidas que exigem sacrifico, sobretudo em Lousada e Felgueiras mas considerou que "neste momento são as mais adequadas".
O ministro da Administração Interna, que começou por anunciar as medidas, elogiou também a forma "participativa e muito ativa" como instituições e cidadãos tem cooperado na adoção de medidas e recomendações, e disse que Portugal continua num nível de "contenção alargada", ainda que 39 casos confirmados obriguem "a seguir" o que se passa noutros países, nomeadamente nos países da União Europeia.
A comissão reúne representantes de todos os ministérios, das regiões autónomas, dos municípios e das freguesias, dos bombeiros e das Forças Armadas e de segurança, a Autoridade Marítima Nacional e a Autoridade Nacional da Aviação Civil, o Instituto Nacional de Emergência Médica, a Cruz Vermelha e a DGS.