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Bancos europeus pedem moratória para empresas em risco de liquidez

A Federação Europeia de Bancos (EBF, sigla em inglês), que representa 3.500 instituições bancárias europeias, apelou hoje para a criação de uma ferramenta de moratória para empresas em risco de liquidez por causa do novo coronavírus.

Bancos europeus pedem moratória para empresas em risco de liquidez
Notícias ao Minuto

19:23 - 11/03/20 por Lusa

Economia Covid-19

Numa carta enviada ao final da tarde à Comissão Europeia, ao Banco Central Europeu e à Autoridade Bancária Europeia, os bancos representados pela EBF pedem aos reguladores e supervisores medidas para "poderem trabalhar construtivamente com os mutuários e outros clientes nas comunidades afetadas", o que implica "flexibilidade para contornar as barreiras impostas pela regulamentação para financiar os mutuários em dificuldades temporárias".

Em concreto, a EBF propõe a criação de "uma ferramenta de moratória para os devedores sólidos que enfrentam desafios de liquidez relacionados com os efeitos do Covid-19", o que permitiria aos bancos "reestruturar o cronograma de pagamentos desses mutuários afetados [...], sem prejudicar a sua avaliação prudencial".

A ideia é que esta ferramenta seja "aplicada a empresas viáveis e resilientes que enfrentam temporariamente desafios de liquidez devido a circunstâncias excecionais", acrescenta a federação.

Na missiva enviada aos reguladores e supervisores europeus, a EBF fala numa situação de "emergência global" criada pelo novo coronavírus, que cria "sérios desafios à economia".

"As empresas, e especialmente as Pequenas e Médias Empresas [PME], já estão a enfrentar fortes choques no lado da procura e da oferta. Espera-se que esses impactos aumentem, sendo que, ao mesmo tempo, os nossos clientes enfrentam obrigações de pagamento contínuas com fornecedores, funcionários, autoridades fiscais e bancos", retrata a EBF.

No que toca às PME, a EBF vinca então que "os supervisores devem garantir que a liquidez dos bancos está disponível", admitindo extensões temporárias de liquidez e limites de crédito adicionais a estas companhias para evitar interrupções nas cadeias de valor e, consequentemente, atrasos nos pagamentos.

"Os bancos EBF continuam comprometidos em ajudar a economia europeia a superar as dificuldades temporárias impostas pelo surto de coronavírus, [mas] para esse esforço ser verdadeiramente eficaz exigirá uma coordenação estreita e intensa entre as autoridades públicas e os bancos", adianta a federação.

Instando a uma "responsabilidade conjunta" da banca, a federação apela a "três ações coordenadas em três etapas".

Estas traduzem-se, em primeiro lugar, em "decisões imediatas para evitar efeitos adversos de liquidez nas empresas e famílias europeias durante as próximas semanas".

A estas acrescem "ações de médio prazo para garantir a continuação da concessão de crédito pelos bancos" e ainda "medidas para atenuar os efeitos prudenciais sobre os bancos no próximo ano", adianta a missiva.

A EBF agrega 32 associações bancárias nacionais na Europa --- entre as quais a Associação Portuguesa de Bancos --- que, ao todo, representam cerca de 3.500 bancos europeus

A pandemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.300 mortos em 28 países e territórios.

O número de infetados ultrapassou as 120 mil pessoas, com casos registados em 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 59 casos confirmados.

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